domingo, 13 de fevereiro de 2011

PARÁBOLA DO ADMINISTRADOR INFIEL


Por
Romildo Gurgel

I – LEITURA BÍBLICA: (Lc.16:1-9)

II – INTRODUÇÃO:
Nas três parábolas anteriores estudadas em Lucas 15, falam com relação a salvação de um pecador. Já nesta, Jesus discursa sobre o serviço do crente em como servir ao Senhor como servo prudente.
De todas as parábolas ensinadas por Jesus, a parábola do administrador infiel é a mais enigmática. Por esta razão, numerosas interpretações têm sido dadas. Cada uma delas tentando explicar o ensinamento da parábola à luz de suas implicações éticas.

III – Pano de fundo histórico

Jesus fala de um homem rico que escolheu um administrador para os seus negócios. Ele tinha inteira confiança no escolhido, mas quando soube que ele estava dissipando seus bens, chamou-o e disse-lhe para apresentar seus livros e prestar contas de sua administração, pois estava despedido ou seja, não precisava mais de seus serviços de administração e poderia procurar outro emprego de sua própria vontade.
O administrador sabia que as acusações contra ele eram verdadeiras, que tinham abusado da confiança de seu Senhor, e que não poderia pedir misericórdia. Sabia que um sucessor tomaria seu lugar. O que o futuro reservava para aquele administrador? Tinha que depender de sua própria engenhosidade. Não era fisicamente capacitado para o trabalho braçal, e mendigar estava fora de questão. Ele arrazoava consigo mesmo, considerando possibilidades e alternativas. De repente exclamou: “Eu sei o que farei!” Controlaria os negócios de modo que os devedores de seu senhor ficassem lhe devendo obrigações, para que, depois de sua demissão, o recebessem em suas casas.
Chamou os devedores, um a um. Dois exemplo são dados. O primeiro veio e o administrador lhe perguntou quanto devia ao senhor. Ele respondeu: “cem cados de azeite”. O total do azeite devido viria de uma plantação com 10 árvores. O administrador disse ao devedor para apanhar a conta que registrava o valor devido e que o reduzisse à metade.
Ao devedor seguinte, fez a mesma pergunta: “Tu quanto deves?” E ele respondeu: “Cem coros de trigo”. O administrador disse-lhe para apanhar sua conta e reduzir o total em vinte medidas.Os dois exemplos, largas somas de dinheiro estavam envolvidas. Assim mesmo, com a permissão do administrador, que já tinha sido comunicado de sua demissão, os devedores mudaram os números das contas. Podemos presumir que outros devedores fizeram o mesmo.
Os devedores alteraram os totais porque sabiam que a taxa de juros para o azeite emprestado era de cem por cento e para o trigo emprestado vinte e cinco por cento. Satisfeitos mudaram o total para a soma que realmente, deviam ao Senhor. Não falsificaram os números, antes, de próprio punho, indicaram quanto tinham que pagar. Resumindo, porque os juros da usura tinham sido retirados, prevaleceu a honestidade.
Quando o administrador apresentou os livros a seu senhor, que a seguir tomou conhecimento das alterações, ele foi elogiado por ter agido com astúcia. O administrador, não o senhor, manteve a situação sob controle. Palavras de louvor foram proferidas porque administrador tinha assegurado para si mesmo a hospitalidade e generosidade dos devedores, tinha preparado o caminho para o seu sucessor.O Senhor elogiou o servo pela sua esperteza.

IV – Observando o ensino da parábola

a) Os cristão como mordomos do Senhor – (v.1) – A imagem de um mordomo que JESUS usará antes, era utilizada em referência à função dos apóstolos e de todos que são chamados para ministrar a outros.

ISTO REQUER:
 Dá alimentação – (Lc.12:42)
 Ser achado fiel – (1Co.4:1-2)
 Ter boa administração dos dons que Deus lhe concedeu – (1Pe.4:10)

b) Jesus não aprovou a fraude do mordomo, por isso que ele é considerado infiel –

(LC 16:2) - E ele, chamando-o, disse-lhe: Que é isto que ouço de ti? Dá contas da tua mordomia, porque já não poderás ser mais meu mordomo.
(LC 16:3) - E o mordomo disse consigo: Que farei, pois que o meu senhor me tira a mordomia? Cavar, não posso; de mendigar, tenho vergonha.

A ATITUDES DO MORDOMO INFIEL

Elaborou o seguinte plano:
 “ser recebido na casa de seus devedores quando perdesse o cargo de mordomo na fazenda”- (v.4)
 Perdoou os juros dos devedores de seu Senhor que havia acrescido em 100% do primeiro e 20% do segundo.
 O administrador infiel pensou no futuro. Agiu enquanto estava na fazenda e de posse ainda da mordomia.

c) Jesus não elogiou a trapaça, mas sim a astúcia e a sua agilidade enquanto havia ainda tempo de agir. A motivação do mordomo foi ímpia, porque estava visando lucro para si mesmo perdendo a mordomia e retirando os juros. Jesus ensina com a parábola a ilustração que deve existir na vida de verdadeiros discípulos. O cristão deve investir nas pessoas para ser recebido e louvado pelo Senhor - (Mt.25:31-46)

V – APLICAÇÃO DO ESINO.

a) Devemos ser bons mordomos –
(Lc.12: 42) - Respondeu o Senhor: Qual é, pois, o [mordomo] fiel e prudente, que o Senhor porá sobre os seus servos, para lhes dar a tempo a ração?

(1CO 9:16) - Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!
(1CO 9:17) - Se, pois, o faço de vontade própria, tenho recompensa; mas, se não é de vontade própria, estou apenas incumbido de uma [mordomia].
(1CO 9:18) - Logo, que prêmio tenho? Que, evangelizando, proponha de graça o evangelho de Cristo para não abusar do meu poder no evangelho.

b) Devemos primar pelo investimento espiritual que o Senhor colocou em cada um de nós. – (Lc.19:11-27)

c) O povo de Deus deve usar suas posses materiais para fazer um investimento espiritual, assim como o filho do mundo usa seu dinheiro para obter lucros materiais.

(MT 11:12) - E, desde os dias de João o Batista até agora, se faz violência ao reino dos céus, e pela força se apoderam dele.

(HB 11:24) - Pela fé Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó,
(HB 11:25) - Escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus, do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado;
(HB 11:26) - Tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa.

d) Devemos se concentrar na nossa casa celestial e não terrestre – (Mt.6:19-20)

e) A honestidade compensa tanto na terra como nos tabernáculos eternos -

(LC 16:4) - Eu sei o que hei de fazer, para que, quando for desapossado da mordomia, me recebam em suas casas.

(LC 16:9) - E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos.

(LC 19:16) - E veio o primeiro, dizendo: Senhor, a tua mina rendeu dez minas.
(LC 19:17) - E ele lhe disse: Bem está, servo bom, porque no mínimo foste fiel, sobre dez cidades terás autoridade.
(LC 19:18) - E veio o segundo, dizendo: Senhor, a tua mina rendeu cinco minas.
(LC 19:19) - E a este disse também: Sê tu também sobre cinco cidades.
(LC 19:20) - E veio outro, dizendo: Senhor, aqui está a tua mina, que guardei num lenço;
(LC 19:21) - Porque tive medo de ti, que és homem rigoroso, que tomas o que não puseste, e segas o que não semeaste.
(LC 19:22) - Porém, ele lhe disse: Mau servo, pela tua boca te julgarei. Sabias que eu sou homem rigoroso, que tomo o que não pus, e sego o que não semeei;
(LC 19:23) - Por que não puseste, pois, o meu dinheiro no banco, para que eu, vindo, o exigisse com os juros?
(LC 19:24) - E disse aos que estavam com ele: Tirai-lhe a mina, e dai-a ao que tem dez minas.

f) O descanso e a acomodação dos filhos da luz foram previstos por Jesus –

(LC 16:8) - E louvou aquele senhor o injusto mordomo por haver procedido prudentemente, porque os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz.
(LC 16:9) - E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos.

g) Jesus disse que usaria o dinheiro da injustiça como teste para depois conferir o espiritual ?
(LC 16:11) - Pois, se nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos confiará as verdadeiras?
(LC 16:12) - E, se no alheio não fostes fiéis, quem vos dará o que é vosso?

h) O dinheiro pode ser como um senhor e levar o crente a perder a mordomia das riquezas de Deus –
(Mt.6: 24)- Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às [riquezas].

(Mt.13: 22) - E o que foi semeado entre os espinhos, este é o que ouve a palavra; mas os cuidados deste mundo e a sedução das [riquezas] sufocam a palavra, e ela fica infrutífera.

(Mc.10: 23) - Então Jesus, olhando em redor, disse aos seus discípulos: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm [riquezas]!

TEMOS QUE DESCOBRIR AS RIQUEZAS DE NOSSA HERANÇA NO SENHOR
(Ef.1: 18 ) - sendo iluminados os olhos do vosso coração, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as [riquezas] da glória da sua herança nos santos,

PAULO ANUNCIAVA AS RIQUEZAS DE CRISTO
(Ef.3: 8) - A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar aos gentios as [riquezas] inescrutáveis de Cristo,

A RIQUEZA DA GRAÇA DE CRISTO COMO SENDO O DESFRUTE DO CRISTÃO
(Ef. 3:16) - para que, segundo as [riquezas] da sua glória, vos conceda que sejais robustecidos com poder pelo seu Espírito no homem interior;

AS RIQUEZAS DE CRISTO COMO SUPRIMENTO
(Fp.4:19) - Meu Deus suprirá todas as vossas necessidades segundo as suas [riquezas] na glória em Cristo Jesus.

(1Tm.6:17) - manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a sua esperança na incerteza das [riquezas], mas em Deus, que nos concede abundantemente todas as coisas para delas gozarmos;

i) O critério para ser recebido nos tabernáculos eternos será a fidelidade –

(LC 16:9) - E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos

(AP 2:10) - Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.


Pr. Romildo Gurgel