terça-feira, 30 de abril de 2013

IGREJAS E ORGANIZAÇÕES COMO AGÊNCIAS CONSTRUTORAS DE TALENTOS




30.04.2013                                                                                                        Romildo Gurgel


No fim de cada dia, você aposta em pessoas e não em estratégias.
Larry Bossidy

(Salmo 133)
“Como é bom e agradável quando os irmãos convivem em união!  È como óleo precioso derramado sobre a cabeça, que desce pela barba, a barba de Arão, até a gola das suas veste. É como
 orvalho do Hermom quando desce sobre os montes de Sião.
Ali o Senhor concede a bênção da vida para sempre”.

O presente artigo poderá servir tanto para uma organização como para uma Igreja. Sendo que a Igreja é um organismo vivo e eterno, mas a igreja institucional bem como uma organização, ela poderá nascer, crescer e morrer, dependendo da maneira que é administrada e impulsionada,  isto poderá acontecer mais cedo ou mais tarde. É preciso atualmente dar maior atenção para o desenvolvimento de uma organização e daqueles que fazem parte dela.  E isto, por que?

Primeiro porque assim como Jesus convocou doze discípulos para estarem com Ele, as organizações contratam pessoas para fazerem parte de sua organização e vestirem as suas camisas. (cf Mateus 4:18-22 convocação dos primeiros dos 12 discípulos).

Segundo porque entendo que tanto uma igreja bem como uma organização se caracteriza como um sistema criterioso de divisão do trabalho. Você poderá conferir esta realidade em (1Coríntios 12:12-27).

Em terceiro lugar, uma igreja ou uma organização adota normas, regulamentos e define por escrito ou participação tudo como funciona, tem caráter estatutário, pelo menos as mais organizadas. Textos bíblicos que elucidam este parágrafo: (Mateus 18:15-20; 1Coríntios 11:23-33;  1Corintios 14:26).

Em quarto lugar,  uma organização ou igreja é ligada por comunidades formais, e esta ligação  pode ser documentada e prescrita. (2Coríntios 3:1-3; 8:6).

Em quinto lugar, as relações entre os membros são impessoais ou pessoais. As pessoas são os ocupantes de cargos e se relacionam entre si. (Efésios 4;11-12).

Em sexto lugar, há uma hierarquia rígida que define as relações que normatizam as relações de poder e comando. (1Coríntios 12:28-29).

Em sétimo lugar, as rotinas e os procedimentos são padronizados segundo um modelo cultural da própria organização ou Igreja e muitas conservam uma certa tradição geracional. Por exemplo: A Igreja de Jerusalém é bem diferente da Igreja dos Gentios  em Antioquia (vd conflito entre elas: Atos 15:1-35). O apóstolo Paulo comenta este   acontecimento de uma forma pormenorizada em (Gálatas 2:1-21).

Em oitavo lugar, as escolhas das pessoas é baseada em competências observadas e testadas, através de exames e avaliações de desempenho.  No entanto, tanto as organizações como as igrejas, entendo que tem algo aparentemente comum,  muito embora saiba que uma igreja não é uma organização, nem tão pouco uma organização seja um organismo vivo, isto fica mais para a igreja do que uma organização.

Pretendo aqui deixar uma elucidação para que haja um melhor aproveitamento dos recurso que ambas possuem, e às vezes estes recursos estão bem ali, diante de nossos olhos e não sabemos onde se encontra esses potenciais, digo que elas  são encontradas  nas  pessoas.
Cada ser humano é dotado de um potencial incalculável é o maior ativo que tanto uma organização como uma igreja possa ter, se descobre que estes ativos estão nas pessoas que fazem as organizações. No entanto, leia até o fim este pequeno artigo, no  desejo que Deus te abençoe.

PESSOAS O MAIOR ATIVO ORGANIZACIONAL

 Cada vez mais o desempenho de uma organização dependerá das competências das pessoas, principalmente daquelas que trabalham com o conhecimento. O desempenho organizacional está intimamente relacionado com o desempenho individual e coletivo. Seja uma igreja ou uma organização, a única forma de se alcançar algum resultado significante está em extrair o máximo possível das pessoas que trabalham com o conhecimento que é o ativo principal organizacional. Boa parte do conhecimento corporativo está na cabeça dos indivíduos que compõe uma comunidade ou organização.
O que se verifica nas organizações e em muitas igrejas é o desperdício que ocorre a todo instante e que às vezes perdura anos a fio, sem que haja alguma mudança visível. Não estamos tratando de desperdício de material, tempo e dinheiro. Estas coisas são estáticas e ao seu tempo ocorre certa depreciação.  Trata-se de um desperdício bem mais grave e às vezes irreparável, é o que se dá em desperdiçar  pessoas talentosas portadoras de conhecimento e habilidades e de determinadas competências que poderão fazer grande diferença se forem bem utilizadas.
Todo mundo sabe fazer alguma coisa, e por falta de relacionamento não conhecemos essas  pessoas que estão tão perto. Olhamos muitas vezes para elas como se fossem mais um no meio que tem que ser palco para ouvir e desapercebemos o potencial ali existentes que poderá fazer uma grande diferença.
O desempenho de uma organização está atrelado ao desempenho de pessoas e de equipes que são portadoras  do conhecimento.

As escrituras sagradas em (Oséias 4:6) diz que: “Meu povo foi destruído por falta de conhecimento”.

O conhecimento é o núcleo de sustentação da organização, seja ela uma Igreja ou uma empresa. Sendo assim elas só serão bem-sucedidas se souberem gerar, catalogar, divulgar, compartilhar e desenvolver esse conhecimento entre aqueles que fazem todo o processo organizacional acontecer bem como os  relacionamento da organização com seus clientes, parceiros, acionistas e sobretudo  com seus membros, gerentes e funcionários.
Uma organização funciona como uma orquestra. É a habilidade do maestro em trabalhar com as pessoas que farão a grande diferença. O maestro bem-sucedido é aquele que procurar e localiza o potencial das pessoas e dedica seu tempo para desenvolvê-lo. Montar uma orquestra de primeira categoria exige ensaiar a mesma passagem sinfônica durante várias e várias vezes até encontrar o som certo. As organizações precisam repensar a maneira tradicional com que realizam seus trabalhos por intermédio das pessoas,  como também avaliando-as, treinando-as e oportunizando-as.

Para que aconteça um concerto sinfônico as organizações ou as igrejas precisam saber configurar e interagir em quatro fronteiras:

1 – FRONTEIRAS VERTICAIS – São os andares e tetos que separam as pessoas dos níveis hierárquicos, títulos  e classificações setoriais, departamentais e gerenciais. A grande faceta  aqui não é a hierarquia, mas o talento como função de apoio ao bem comum organizacional.

2 – FRONTEIRAS HORIZONTAIS -  São as paredes que foram criadas pela função, pelas unidades gerenciadoras, grupos e departamentos. A departamentalização e a divisionalização podem criar barreiras dentro de uma organização ou igreja. Dizer que pode é a possibilidade de que isso aconteça.  A organização precisa funcionar como um sistema aberto e integrado e não como um conjunto de órgãos independentes e sem relacionamento entre si. Ambas existem para um resultado e finalidade comum.o bom é que isso aconteça com boa saúde organizacional.

3 – FRONTEIRAS EXTERNAS – São as paredes externas que separam as organização ou igreja dos seus fornecedores, membros, clientes, comunidades e outros grupos externos. O conceito atual deve ser envolvente e integrador. Empresas e organizações estão eliminando cada vez mais suas barreiras externas, estão incentivando um relacionamento tanto para os clientes e seus membros para uma integração cada vez maior.

4 – FRONTEIRAS GEOGRÁFICAS – São as paredes culturais de cada organização ou igrejas. Com a globalização, e o uso das novas tecnologias acessível a todos, parece que essas barreiras estão sendo derrubadas, por essa questão, muitas organizações estão ampliando suas fronteiras, bem como muitas igrejas locais, estão se transformando em igrejas nacionais e transculturais.

TODO CUIDADO É POUCO

As pessoas abandonam pessoas e não instituição. Produtos são para serem consumidos, mas pessoas é para se relacionarem. Saia perguntando por ai, e comece pelos seus amigos se eles já tiveram um péssimo líder. Não fique impressionado, é assim mesmo em muitos locais, o mesmo acontece com muita gente. Uma porta quando se abre, ela se abre para os dois lados, tanto para sair como para entrar. Tanto uma organização como uma igreja vivencia um enorme fluxo de pessoas. Eu mesmo já entrei em diversas organizações feliz da vida, em algumas sai muito satisfeito e outras bem triste porque eu tinha que mudar. Essas portas parecem com aquelas porta borboleta, vai e vem.  As pessoas entram por uma porta por uma determinada razão e saem por razões que às vezes desconhecemos. Mas cada um conhece o seu próprio caso. Talvez elas entrem por achar que se identificam com a visão da organização, sua missão e seus valores, ou então acreditam que ali serão oportunizadas a desenvolver sua carreira ou possuem admiração pelo líder, etc. Existem muitas razões obvias, mas quando se trata de sair pela mesma porta que entrou, as chances dos motivos parecem ser bem comuns. Os desejos de buscar pastos mais verdes, geralmente é motivado pela necessidade de se afastar de alguém.  Acredite as pessoas só seguem um líder se desejarem de fato. O princípio da porta vai e vem se torna mais verdadeiro em organizações  com trabalhos que embarcam voluntários. Em algumas delas a porta quase não para de ir e vir. As organizações precisam estudar elas mesmas, e estudar esses fluxos, colher os dados, analisá-los e de alguma forma tentar diminuir os que saem. Este é um grande desafio na atualidade, perder pessoas significa perder um ativo de peso para a organização.

Na experiência do meu pastorado, tive a oportunidade de ver essa porta borboleta ser bem movimentada dos dois lados, e das vezes que perguntei por que estavam indo embora me disseram que eram por causa de conflitos ou mudança de endereço. Claro que  não deixei de perceber também que era por causa de um membro da diretoria, do líder de um departamento ou de um que tinha acabado de chegar armando toda uma confusão ou até por minha causa mesmo.  Em alguns outros casos, uns estavam indo porque seria um grande problema para a organização. Tem gente que não sabe se dar bem com ninguém.

FINALIZANDO

Tanto as organizações como as igrejas, precisam abandonar rapidamente os antigos métodos de comando e controle em relação às pessoas e passar a privilegiar o compartilhamento de ideias, objetivos comuns e dotar os seus subordinados de empoderamento nas funções tanto no corpo de Cristo, sua Igreja como nas organizações empresariais. Investir em treinamentos de capacitação, reciclagens, pesquisas internas e externas para identificar problemas e utiliza-las para um diagnóstico visando uma melhoria contínua. Contextualizar e atualizar ações  que poderão se mover através de um  combustível saudável e produtivo.


Romildo Gurgel
Especialista em Gestão de Pessoas
Pela FARN/RN

Fontes:
1 - Chave Bíblica-  1970 – SBB
2 - Bíblia Sagrada (NVI) Editora Vida
3 - CHIAVENATO, Idalberto. Construção de Talentos, São Paulo,  Editora Campus,              2002, pp.3-10
4 - Maxwell, John C. O Livro de Ouro da Liderança, Rio de Janeiro, Edição Thomas Nelson Brasil, 2008, pp. 158-159.
5 – Bíblia Sagrada Vida Nova – Editora Vida.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

IMPORTÂNCIA DE DELEGAR FUNÇÕES



Natal/RN - 29.04.2013                                                                                                    Romildo Gurgel

As escrituras sagradas nos dão vários exemplos de como delegar. Um que podemos extrair, que é bastante conhecido, é o de Moisés quando conduzia seu povo pelo deserto. Encharcado com inúmeras tarefas, grande parte do seu tempo era usado para apaziguar disputas e conflitos que surgiam aos milhares. Jetro, seu sogro, ao notar isso, o aconselhou  a delegar tarefas a pessoas que pudessem ajuda-lo.
Com certa sabedoria, o sogro chegou perto do genro e aconselhou que selecionasse homens capazes e confiáveis para ajudá-lo a administrar e cuidar de determinadas tarefas. Esses homens seriam os seus cooperadores de assuntos triviais, enquanto Moisés se incumbiria das mais complexas. O seu sogro disse: “o fardo é pesado demais para ti, e não poderás levá-lo sozinho” (v.18). No entanto, é preciso escolher bem as pessoas que poderão desempenhar tal função, e o texto revela que tipo de pessoas seriam estas?  Vejamos:
a)      Pessoas ensináveis devem ser treinadas pelo líder – “oriente-os quanto aos decretos  e leis, mostrando-lhes como devem viver e o que devem fazer” (v.20)
b)      Essas pessoas deveriam ter vida exemplar para poderem ajuizar as questões do povo– (v.20)
c)      Esses homens teriam que ser capazes, ou seja, hábeis, inteligente o suficiente para chefiar em condições legais – (v.21)
d)     Homens tementes a Deus, que se devota e respeitam as suas leis - (v.21)
e)      Homens digno de confiança, possuidores de caráter e moral elevada – (v.21)
f)       Homens que não sejam gananciosos, visto que poderia facilmente ser comprados em alguma questão através da desonestidade – (v.21)

Da mesma forma que Moisés inicialmente não entendia a importância de saber delegar, muitas organizações e inclusive igrejas sobrecarregam-se desnecessariamente para gerenciar determinados problemas. Empresários e executivos bem sucedidos, aprenderam que podem tirar o máximo proveito da possibilidade de delegar e dividir tarefas em uma equipe, permitindo que todos se tornem mais produtivos e focados naquilo que é vital.
Até mesmo Jesus Cristo sabia que poderia fazer muito mais atribuindo tarefas aos seus discípulos. Em (Mateus 10) deixou-nos o exemplo que ele conferiu autoridade e poder para expulsar demônios e a curar doenças e enfermidades em seu nome. Além disso multiplicou o numero de anunciadores do evangelho, de que o reino de Deus estava próximo, ao mesmo tempo em que fazia Ele mesmo as mesmas coisas que convocou os seus discípulos.
É de crucial importância confiar nos colaboradores certos, baseando-se na atitude, no trabalho e na ética e nos princípios de cada um. Essas qualidades devem ser buscadas antes de colocar alguém na posição de liderança. Não são poucas as organizações e até mesmo igrejas que tem sua administração bastante precária porque não sabem como delegar função para determinados cargos. Muito embora possa haver candidatos com currículos melhores, é preciso bastante atenção ao que as pessoas trazem no coração. Basta uma simples conversa para que isso fique bem claro. Existem pessoas boas e pessoas más. A escritura nos alerta:
“O homem bom tira coisas boas do bom tesouro que está no seu coração, e o homem mau tira coisas más do mal que está em seu coração, porque a sua boca fala do que está cheio o coração” (Lucas 6:45 NVI).
Entre a escolha de uma pessoa com ótimo currículo e má reputação, e aquele que tem a melhor essência no coração e altamente motivado, é muito mais importante do que aquela com credenciais e seus diplomas sem motivação nenhuma.
Atente  para as escolhas de Jesus ao convocar os  seus primeiros discípulos, bem como ao que o apóstolo Paulo falou em sua carta dizendo:
 “ Irmãos, pensem no que vocês eram quando foram chamados. Poucos eram sábios segundo os padrões humanos, poucos eram poderosos; poucos eram de nobre nascimento. Mas Deus escolheu o que para o mundo é loucura para envergonhar os sábios, e escolheu o que para o mundo é fraqueza para envergonhar o que é forte. Ele escolheu o que para o mundo é insignificante, desprezado e o que nada é, para reduzir a nada o que é, afim de que ninguém se vanglorie diante dele”. (1Coríntios 1:26-29).

Os discípulos de Jesus eram homens simples que exerciam as mais diversas atividades. Entre os seus seguidores havia tanto pescador como coletores de impostos, no entanto todos formavam uma equipe e desempenhavam muito bem suas funções.
Nunca permita que na organização ou igreja que você trabalha o ego aguce o seu coração. Você não poderá fazer as coisas sozinho. Não irá muito longe. Em (Provérbios 16:18) diz: “A soberba precede à ruína; e o orgulho, à queda”. Chegará momentos em sua vida que você precisará confiar em alguém. Delegar função é algo que começa quando permitimos confiar nos outros e não apenas em nós mesmos. No entanto, surge uma outra palavrinha, “chave”, você precisa achar o indivíduo-chave que possa assumir responsabilidades em vários seguimentos. Sendo assim, uma organização ou uma igreja poderá ter uma forte equipe. Soltar um pouco as rédeas é fundamental para que os seus colaboradores possam aumentar suas competências e crescerem habilmente, serem mais proativos e se anteciparem a fatos. Se todos estiverem no mesmo barco e partilharem da mesma visão, não há como as tarefas serem completadas que levarão tanto a empresa como a igreja ao foco almejado.

Bênçãos a você,
Romildo Gurgel

domingo, 28 de abril de 2013

COMO ENTRAR NO REINO DE DEUS



Romildo Gurgel

O reino é aqui e o agora, e ao mesmo tempo ainda não. O reino está acontecendo agora, pelo fato de nos ser facultada a possibilidade real de entrar nele. Tanto sua visão como sua entrada pode ser percebida no texto do evangelho de (João 3:1-6). Duas palavras são mencionadas por Jesus extremamente importante aqui, que revelam a condição de percebermos o reino de Deus bem como a entrada nele. Jesus declarou que “ninguém poderá ver o Reino de Deus se não nascer de novo” (v.3). Enxergar, perceber, cair a fixa, receber a revelação da existência desse reino, é chave, porque ela abre a porta da entrada. Parece até que essa percepção se transforma no milagre de sermos inseridos para dentro dele.  Essa revelação acontece quando se ouve o evangelho de Jesus Cristo e  percebe-se a justiça de Deus no sacrifício pelos nossos pecados. Diante disso, somos confrontados do nosso estado pecaminoso, separado de Deus e que através do arrependimento, confissão de pecados, somos perdoados, justificados e somos selados com o Espírito Santo, onde a partir daí começamos a perceber o reino de Deus.
Outra palavra dita por Jesus no texto é bastante revelador. Jesus disse: “Digo-lhes a verdade: Ninguém pode  entrar no Reino de Deus, se não nascer da água e do Espírito. O que nasce da carne é carne o que nasce do Espírito é espírito” (vs.5,6). Isto nos traduz que através do novo nascimento nos é concedido a ver o reino de Deus bem como a garantia de entrada para ele.  Viemos para este mundo pela vontade de nossos pais “o que nasce da carne é carne”, através da junção do espermatozoide x óvulo, entramos e nascemos para o mundo físico, natural, corrupto.
Nascemos para o reino de Deus quando nascemos de novo (novo nascimento), mas dessa vez pelo Espírito, pois “o que nasce do Espírito é espírito”, junção da semente incorruptível que é a palavra de Deus e o coração humano. A palavra de Deus é a semente (cf Lucas 8:11) e o coração é o ambiente onde esta semente é fecundada na fusão da natureza de Deus com a nossa. É aí no coração onde acontece o novo nascimento e do processo que leve essa pessoa a crescer e desenvolver-se espiritualmente para Deus, vendo e pertencendo o reino de Deus (cf.  Lucas 8:15).
No Evangelho de (João 1:14 NVI) diz: “os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus”. Segundo a decisão de sua vontade,  Deus nos gerou pela  palavra da verdade  (cf. Tiago 1:18).

FILHOS DE DEUS E FILHOS DO DIABO

O apóstolo João comentou sobre esse assunto  quando disse:
“Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que  permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando,  porque é nascido de Deus. Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica justiça não procede de Deus, também aquele que não ama a seu irmão” (1João 3:9-10).
Com essas palavras ele está nos ensinando que:
a)      Com a vida do Espírito, não pecamos. Pois o Espírito de Deus não peca.
b)      Com a vida da carne pecamos. Na nossa carne não habita bem algum e é neste ambiente que os homens são escravizados pelo pecado e pela morte.
c)      A divina semente permanece no coração de quem crer, muito embora o pecado possa estar latente ali, também uma luta civil aqui é travada, de mortificar as obras da carne pelo Espírito. Porque a inclinação para o Espírito é de vida e paz.
d)     Os filhos de Deus são manifestos pela prática da justiça. (Justificação pela fé na pessoa de Jesus Cristo). É Cristo quem o justifica. “A lei do Espírito de vida o livrou da lei do pecado e da morte” (cf. Romanos 8:1).
e)      Os filhos do diabo são aqueles que não praticam a justiça que procede de Deus. Deus enviou o seu filho ao mundo afim de que o mundo fosse salvo por Ele.
f)       Amor é uma característica dos nascidos de novo. (cf. 1Jo.4:7)
g)      Crer é uma características dos nascidos de novo . (cf. 1Jo.5:1, vs 4 e 5)
h)      Não viver na prática do pecado é característica de quem nasceu de novo . (cf. 1Jo.5;18)

QUALIFICAÇÕES PARA ENTRAR NO REINO

Já citamos esta frase no início “o reino é aqui e o agora, e ainda não”. A parte futura do reino de Deus é a fase em que se inaugurará o reino milenar de Jesus Cristo, momento esse em que Deus virá buscar a sua igreja e celebrará a bodas do cordeiro, galardoando os santos para a inauguração desse reino milenar, onde a igreja irá reinar pelo período de mil anos na terra, cujo rei será o Senhor Jesus Cristo.  
Já falamos de como se enxerga e se entra no reino de Deus a partir da salvação (novo nascimento). Agora esta segunda fase da frase implicará no compromisso que a Igreja está se submetendo como igreja militante, repercutindo sua obediência e seu compromisso no tribunal de Cristo. Claro que esse tribunal não é para condenação, mas para premiação (galardão) patenteamento posicional para o reino milenar. Galardoados e não galardoados essa será a distinção depois daqueles dias. No reino dos céus, haverá não só distinção entre posições mais altas e mais baixas, como também haverá distinção entre ser permitido entrar e ser deixado de fora. Este entrar aqui é a parte do reino futuro onde terá o desfecho final e total dessa entrada.

QUALIFICAÇÕES PARA O REINO MILENAR DE CRISTO

1 – Fazer a vontade do pai.  Em (Mateus 7:21) “nem todos o que diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu pai que está nos céus”.
a)      A condição aqui é quem faz a vontade de Deus.
b)      A recompensa do salvo tem como base a obediência. Os vs 23 e 24 diz que muitos naqueles dias hão de dizer: “Senhor, Senhor...”  a palavra “Naquele dia” não se refere a hoje, mas ao futuro. A expressão “em teu nome” por três vezes denota que essas pessoas, a posição delas é de cristão, enxergaram e nasceram de novo (são os salvos). Aqui o Senhor não está impedindo o uso de dons e ministérios, mas diz que é possível praticar o uso dos dons fora da vontade de Deus, sem ser pelo mover do Espírito Santo. Isto é muito importante principalmente para o nosso tempo em que estamos observando muita manifestação sem autorização bíblica. Muita gente está sendo enganada com tais manifestações.
c)      Os que fazem as coisas segundo o próprio ego não terão parte no reino dos céus. Em (Mateus 16:24-27) deixa bem claro esta condição ensinada por Jesus. Jesus disse aos seus discípulos que:
·         “se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue”
·         “tome a cruz”  a alma tem que passar pela morte de sua própria  vontade e  inclinações.
·         “quem quiser salvar (conservar intocada sua alma) sua vida será perdida, é o  “perdê-la-á” do texto, condição essa que no futuro venha sofrer dano da área que ficou preservada, intocada pela graça de Deus.
·         “e quem perder a vida por minha causa, acha-lá-á”. Perder no presente, consiste em ser tratado pela graça, de receber suporte espiritual para não colocar a vida da alma em confortos pecaminosos que enaltecem o ego e o prevalecimento de nossa vontade em cima da vontade de Deus. Ou seja, colocar nossa alma em perda pela graça, resultará em um ganho futuro na volta do Senhor. O Senhor está nos ensinando que perder no presente, consiste em negar a si mesmo, tomar à cruz do Senhor e subjugar nossas vontades a vontade de Deus pela operação da mortificação do levar a nossa cruz. Sofremos as dores da renúncia mas receberemos a vida, este será um bom depósito para aquele dia.
·         O (vs 27) é revelador quanto ao tempo em que tudo isso vai acontecer. Dizendo: “Porque o Filho do homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um conforme as suas obras”.

2 – Esmurrar o corpo – (1Co.9:9-23-27)
O texto em momento algum fala da perda salvação, mas da perda participativa do reino e da recompensa, galardão.
a)      Entendemos que a salvação é pela fé e não por correr uma carreira.
b)      A premiação está na forma legítima de correr. Só os salvos é que correm.
c)      O prêmio é uma coroa (v.25).
d)     A perda do reino  está no fracasso da corrida e o não ser premiado no final. (v.27).
e)      O (v.26) diz qual o motivo de ser desqualificado – O apóstolo tinha o propósito e a direção de correr com metas, não desferia golpes no ar.
f)       O que devemos fazer para ganhar a premiação. “Esmurrar o corpo e reduzir a servidão” (v.27).
g)      O apóstolo Paulo dominava o seu corpo e controlá-va-o. As exigências do corpo, bem como as concupiscências da carne e os excessos eram devidamente controladas.
“Vocês não sabem que todos os que correm no estádio, apenas um ganha o prêmio? Corram de tal modo que alcancem o prêmio” (1Coríntios 9:24).

“Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap. 2:10).

O texto não está dizendo que é a vida, mas a coroa da vida,  referindo-se  a  prêmio, galardão. A vida se tem pela fé. Quem não crer não tem a vida. Já a coroa se consegue pela carreira, esmurrar o corpo e reduzi-lo a servidão. Se ao correr não tem premiação.
 3 – Edificar com Deus – (1Co 3:14-15)
A coroa ou o prêmio, depende de como estamos edificando. Se edificarmos com valores eternos, receberemos galardão. A condição do homem é crer e trabalhar com aquilo que o Espírito Santo tem trabalhado nele. Com esse texto dá-se a impressão de que a nossa posição no reino não está decidida, está sujeita a mudanças e não é ainda asegurada.

4 – Ser diligente – (2Pedro 1:10) – “Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum”.
a)      Nossa vocação e eleição precisa ser confirmada. Essa vocação e eleição diz respeito a nossa posição no reino de Deus.
b)      Isto tem implicações estreitas naquilo que transcrevo  do texto de 2 Pedro 1.
“por isso mesmo, vós, reunindo toda vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; com a virtude, o conhecimento; com o conhecimento, o domínio próprio; com o domínio próprio, a perseverança; coma perseverança, a piedade; com a piedade,a fraternidade; com a fraternidade, o amor” (2Pe.1:5-7).

A conclusão dessa diligência será:

“Pois, desta maneira é que vos será amplamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e salvador Jesus Cristo” (2Pe. 1:11)

Amém!!!!!

Romildo Gurgel

sábado, 27 de abril de 2013

PAI NOSSO E PÃO NOSSO



A falta de pão na mesa do pobre é um problema decorrente da falta de 
espiritualidade no altar dos cristãos. O Pai Nosso é a oração pelo 
pão de cada dia do outro e não do nosso.

Pr. Carlos Queiroz

A oração do Pai Nosso é, ao mesmo tempo, a oração do “pão nosso de cada dia”. O pedido por esse pão não é um apelo para o suprimento material. Jesus Cristo já havia ensinado aos seus discípulos a não se preocuparem com o alimento. Também já se conhecia a ideia de que Deus dá o pão aos seus amados enquanto eles dormem, de acordo com o Salmo 126. Conforme Jesus Cristo, a natureza se encarrega de suprir a carência das aves dos céus e dos lírios do campo; se Deus assim supre os pequenos animais e os vegetais, há, então, suprimento suficiente para todas as pessoas do planeta. Como sabemos, o problema da falta de alimento para muitos não se deve à superpopulação ou à falta de solos aráveis. A monocultura, a exploração do semelhante e a concentração de renda, entre outros fatores, geram a fome e a miséria que têm vilipendiado tanta gente. Portanto, na oração do Pai Nosso, o pedido não é pelo pão – e sim, pela prática da socialização do pão.
O alimento é um direito de todos os seres humanos. Quando uma minoria detém a maior parte dos bens, outras pessoas irão padecer necessidade. O problema da desnutrição, para muitos, está na má utilização dos recursos naturais, quando se visa apenas ao lucro e ao acúmulo de capital, o que também leva à degradação do meio ambiente. Logo, o Pai Nosso não é uma prece para ser meramente repetida em nossas liturgias; ela é a oração sobre a ética da propriedade e dos bens.
Para Jesus Cristo, vale mais uma vida eticamente correta do que a oração corretamente pronunciada. Há muitos cristãos orando o Pai Nosso sem, contudo, expressar o reconhecimento – muito menos, o arrependimento – de que estão pondo muitas pessoas sob o castigo da fome e da morte. E é por causa de nosso egoísmo, revelado quando comemos muito e deixamos outros com fome, que há muitos doentes e mortos em nosso meio. Não discernir essa realidade significa comer e beber juízo para si, conforme I Coríntios 11.23-27. Para muitos de nós, o Pai Nosso pode ser compartilhado e dividido; mas o pão, esse não – é exclusivamente “meu”. Ele é o ídolo que só na reza ou na burocracia religiosa pertence ao outro. O máximo que fazemos é uma doação filantrópica de nossas sobras. E, se damos a sobra, apenas denunciamos o nosso contexto de injustiça. É hipocrisia doar a sobra como se fosse um ato de misericórdia. A misericórdia se evidencia pela doação daquilo que nos faz falta.
Todo ídolo exige sacrifício. O ídolo de mercado, representado pela acumulação de propriedades e rendas, vive guardado no altar sagrado dos cofres bancários, venerado pelos seus adoradores, os mesmos que sacrificam os mais fracos e vulneráveis da sociedade. No Brasil, o pão é de uma minoria. Mais de 32 milhões de pessoas passam fome, e 65 milhões de brasileiros alimentam-se de forma precária. O pão é um bem que pode ser acumulado ou socializado; por isso, a oração do Pai Nosso tem implicações econômicas, sociais e políticas. Orar ao Pai do céu pelo pão de cada dia é uma premissa contra a acumulação de bens. O mundo seria diferente se todos os cristãos fizessem do Pai Nosso uma prática de justiça, solidariedade e socialização do pão.
O Pai Nosso é a oração pelo pão de cada dia do outro. É a oração que muda a concepção fundiária e subverte a noção de renda ou posse dos bens. Portanto, é muito mais do que um jeito de orar – é, de fato, uma maneira de se viver. O bem-aventurado pobre de espírito, citado em Mateus 5.3, vive motivado pela sensibilidade e pela compaixão, e tem prazer em socializar com outras pessoas tanto o Pão da Vida quanto o pão da terra. Além do mais, o bem-aventurado pobre de espírito é também feliz porque sente fome e sede de justiça. E essa sua fome, essa sua sede, são aguçadas diante da fome sofrida pelos injustiçados.
Não podemos mais admitir que nosso país – o maior em número de católicos e o segundo maior em número de protestantes – seja um dos países mais injustos do planeta. A falta de pão na mesa do pobre é um problema decorrente da falta de espiritualidade no altar dos cristãos. A carência de alimento passa a ser um sinal de nossa falta de espiritualidade à medida que o outro não o tem. Que o Pai do céu nos ajude a socializar o pão da terra.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

DESIGREJADOS QUEM SÃO ELES

Romildo Gurgel



Este fenômeno já tem algum tempo no Brasil, ou melhor, sempre existiu, mas atualmente se percebe um considerável aumento de número de pessoas que antes viviam muito bem em suas igrejas e por algum motivo perderam sua motivação de se  congregar e abriram mão do seu convívio.
Isto está acontecendo como resultado de diversos escândalos nas áreas de sexo, dinheiro, proselitismo, política, abuso de poder, lavagem de dinheiro, manipulação da fé sadia, mascaramento de pecados e escândalos dos mais diversos. Os vilões são as igrejas neopentecostais e algumas outras incluindo até mesmo as históricas.
Enxergo isso como uma crise de credibilidade, ética, moral, espiritual e identidade. Claro que não podemos generalizar, pois não são todas que são assim, existem muitos ministros íntegros e igrejas saudáveis em muitos locais.
Os desigrejados são pessoas que conhecem a verdade e muito bem e leem e estudam as escrituras até mesmo muito mais do que os igrejados.  Recentemente ouve uma pesquisa e que a coloco na integra logo abaixo seu resultado, achei bem interessante.
Acredito que o maior desafio da Igreja é recuperar essa gama de gente de extrema capacidade, faculdade perceptiva de observação e discernimento amplo, mas segundo os que escrevem e estudam sobre esse assunto, acham que eles não pretendem retornar facilmente, muito embora, a pesquisa aponte para um possível retorno da maioria deles.  No geral são pessoas feridas, fugitivas de um pastoreio ineficaz, desprezadas, que estão mantendo a sua fé sem os modelos institucionais, são observadoras de escândalos sem muita confrontação, e que saíram do convívio, muito embora eles se converteram, fizeram parte, desfrutaram e aprenderam muito com essas igrejas.
O desigrejado não é o mesmo que se apostatar da fé. Os desigrejados são aqueles que tão somente abandonaram o convívio institucional e mantiveram a sua integridade com Jesus Cristo, são abertos a comunhão, ao compartilhar, e ao mesmo tempo rígidos quanto a disciplina, com certas intolerâncias do pecado mascarado. Eles não voltaram às práticas pecaminosas que antes dominavam suas vidas.
O desigrejado não tem a intenção de abandonar a Cristo e o seu Senhorio, mas daquilo que estão vendo acontecer nas instituições eclesiais por parte de alguns líderes corruptos que estão em plena gestão, ficarem ilesos sem uma confrontação mais rígida,por estes motivos  sentiu-se, o desigrejado,  desconfortável e não mais pastoreado.
Diante desse impasse histórico, os desafios para as igrejas são enormes. Acredito que é uma grande oportunidade da igreja reaprender a parábola da ovelha perdida e do irmão mais velho do filho pródigo, da ovelha que caiu em um poço no dia santificado e não a puderam tirar porque era pecado fazer isso naquele dia. A igreja precisa rever que os peixes pescados devem ser  trazidos para Jesus e serem colocados para dentro d”ele, sua Pessoa, Sua Vontade, o resto é acessório sem peso de valor. Os desigrejados não estão na classificação de perdidos no sentido de desviados de Jesus Cristo e do seu Senhorio, mas se encontrá-los por aí, que não é difícil,  eles não têm a mínima intenção de voltar para um aprisco que fecha-se para uns e abre-se para os que estão no exercício do funcionamento da reunião.  A oportunidade da igreja agora é,  de mostrar o seu rosto de uma forma humilde, sujeita a erros, aberta a mudanças, aberta a comunidade (comum-unidade), aberta ao Espírito Santo, ao diálogo, a transparência financeira, acima de tudo cultivar o perdão sem acepção de pessoas, e ao mesmo tempo confrontar disciplinarmente a liderança que peca enquanto é aplicada a mesma disciplina aos seus membros sem a menor chance de algum pronunciamento e tolerância como ocorre entre eles.  A  oportunidade da igreja agora é focar-se na mutualidade, na mutua lavagem dos pés, da limpeza de uns para com os outros, no perdão, no caminhar mais uma milha, em dar a outra face, a estender a mão ao cansado, a combater a discriminação racial, social, a destrancar os grupos fechados, a oportunizar o menos favorecido, a enxergar e pesquisar aqueles que se aproximam e saem pelas portas dos fundos, acolher com carinho as verdades que serão pronunciadas aos que transitam por ali e  analisá-las sem que haja perda. A Igreja precisa reaprender a  levar a carga uns dos outros, ser igreja, ser serva, ser gente sadia, ser luz que anda na Luz, mas essa a de Cristo, ser sal que salga e não somente temperar os dissabores ,  amar acima de tudo, porque foi amada primeiro, perdoar, porque foi perdoada, abraçar porque foi abraçada,  etc..., e por ai vai.

Veja os dados desta pesquisa logo abaixo que coloco “ipisis litteris”, extraído do site: http://www.genizahvirtual.com/2012/07/desigrejados-consomem-mais-livros.html#ixzz2OvpCSsaH
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A PESQUISA

Segundo a pesquisa, os desigrejados são o grupo de evangélicos que declararam comprar mais livros por ano, adquirindo quase 45% mais livros por ano do que a média dos evangélicos com vínculo denominacional.

Já em relação ao tipo de envolvimento com a igreja, os pastores são o grupo de respondentes apresentando a maior média de livros comprados por ano, mas ainda um pouco abaixo da média dos evangélicos "sem vínculo".
Os desigrejados são também o grupo com a maior média de participação em eventos não denominacionais, tais como: congressos, encontros, jornadas, seminários, etc.

Segundo o diretor do BEPEC, Danilo Fernandes, estas observações revelam o interesse deste grupo na manutenção de vínculos de comunhão, ainda que alternativos: “Está claríssimo que o desigrejado se mantem no alvo e busca conhecimento da Palavra. Seja qual for a razão que o afastou da comunhão tradicional, “decepção” com líderes e/ou doutrinas, ou qualquer outra razão, o desigrejado é um interessado pelo conhecimento das Escrituras e o aprimoramento teológico, o que é bem mais do que se pode dizer da maioria”, alfineta Fernandes.

A seguir, alguns highlights da pesquisa:
• O tempo médio de Evangelho (conversão) do desigrejado é de 5,6 anos – não são novos na fé, portanto.
• 63% dos respondentes declarou que voltaria a ter comunhão, caso encontrasse uma comunidade saudável – segundo a sua percepção – e que não apresentasse os vícios e as malversações que os afastaram da comunhão.
• 62% são egressos de denominações neopentecostais com teologia atrelada à confissão positiva.
• 5.3% afirmam que foram em algum momento “disciplinados”. Destes, 72% informam que isto se ocorreu na ultima instituição em que estiveram vinculados.
• 29% informa não pretender vinculo com outra igreja novamente. 62% declara acreditar na possibilidade de um novo vinculo e 9% não sabem (ou não quiseram responder).
• 29% do total de desigrejados informa estar mais propenso a vir participar do movimento de igrejas em casa ou de algum tipo de comunidade alternativa.
• 33% informa estar mais propenso a se vincular a outra comunidade tradicional.
• 12% dos respondentes declarou visitar outras comunidades ocasionalmente em busca de um local para congregar.

A pesquisa foi realizada por meios digitais utilizando a mesma ferramenta - AKNA SURVEY - em uso pelo IBOPE e outras grandes empresas. A investigação fez uso do cadastro do BEPEC com 1,8 milhão de evangélicos cadastrados. A metodologia empregou amostragem estratificada proporcional, segundo a participação dos grandes grupos da população evangélica na população brasileira (pentecostais, reformado, tradicionais e neopentecostais). Os respondentes totalizaram 1062 por grupo.

Sendo uma pesquisa ad hoc, os dados completos não estão disponíveis para o público. A divulgação deste resumo foi autorizada pelo contratante para a apresentação, em primeira mão, no evento global do Tribal Generation 2012 pelo diretor do BEPEC, Danilo Fernandes.

A lista de livros que estão nas livrarias são enormes, tenho tido a oportunidade  de comprar alguns e passo agora alistá-los abaixo:

1 - IGREJA. Acabou? - Israel Belo de Azevedo editora Hagnos
2 - Lutando pela Igreja - Ariovaldo Ramos e Ricardo Bitum - Editora Hagnos
3 - Cristianismo Sem Cristo o evangelho alternativo da Igreja atual - Michael Horton - Editora Cultura 
4 - A greja desviada - Charles Swindoll - Editora Mundo Cristão
5 - É Cristã a Igreja Evangélica - Magno Paganelli, prefaciado por Ariovaldo Ramos - Arte Editorial
6 -Dissidentes de Igreja - Alan Correia - Editora Reflexão.
7 - O que os evangélicos não falam - Ricardo Gondin, Editora Ultimato.
8 - Sem Barganha com Deus, Caio Fábio, Fonte Editorial.
9 - Igreja Lugar de Soluções, Israel Alves Ferreira - Editora CPAD
10 - Igreja Lugar de Vida, Naamã Mendes - Editora Betânia
11 - A Igreja que você sempre Quis, Gleen Wagner - Editora Vida
12 - Uma Igreja sem propósitos, Jorge Henrique Barro, - Ed Mundo Cristão
13 - O que estão Estão Fazendo com a Igreja - Augusto Nicodemus - Ed Mundo Cristão
14 - Revolução, Cansados da Igreja? - George Barna - Editora Abba
15 - Decepcionados com a Graça - Paulo Romeiro - Editora Mundo Cristão.
16 - Igreja com propósito - Rick Warren - Ed Vida
17 - A maldição do Cristo Genérico - Eugene H.Peterson - Ed Mundo Cristão
18 - Mudança de Paradigma na Igreja - christian A. Schwarz - Ed.Evangélica Esperança.

Romildo Gurgel

quinta-feira, 18 de abril de 2013

EDIFICAÇÃO FAMILIAR




“Se não for o senhor o construtor da casa, será inútil
trabalhar na construção...” (Salmo 127:1a)

Quem não quer ter uma família unida, com um casamento sólido e que faça diferença no mundo?  Você como casal já parou para pensar nisso, ter uma família cujo construtor projete um modelo familiar que seja um exemplo?  
O versículo acima nos dá a luz dizendo que se não for o Senhor o construtor, será inútil  e desperdício de tempo, energia concentrada sem saber como iniciar tal processo.

Em um vídeo bastante conhecido “A visão de Futuro”, Joel Barker mostra que: “Quando se tem uma visão e a compartilha com seu grupo, você cria a comunidade da visão”.   Em uma empresa ou organização, a visão está com o líder, e é compartilhada com a equipe. Já no caso da família, a visão poderá vir do marido, da esposa ou surgir dos dois. Sendo assim, ele, ou ela a compartilharão com a família.

O QUE OCORRE NA MAIORIA DAS VEZES

Alguns acham que podem ter sua visão familiar, sem a participação do cônjuge ou dos filhos.  Não são poucas as famílias que convivem com a visão solitária de um dos seus membros. No entanto se essa visão não for partilhada com os membros da família, ela se dissolverá.  Esta questão ficou complexa atualmente devido o divórcio e a morte. Nesses casos a visão surgirá daquele que lidera o lar.  O objetivo principal não é discutir quem deve ter a visão, o ponto é que a família precisa de um norteamento pela qual deva ir. Se a família acredita que o marido deve identificar essa visão, deve ser confirmada pela esposa, ou vice-versa, a família deve considerar essa possibilidade. Uma coisa não pode ser esquecida:  a pessoa que identifica a visão não é mais importante que a visão. Uma outra consideração: alguém certa feita disse: “ visão + visão causa divisão”. Não pode haver duas visões dentro de um lar. Está escrito: “Andarão dois juntos se não houver entre eles acordo/” (Amós 3:3). Não pode haver duas visões dentro do mesmo lar. O marido não pode ter uma visão se não for confirmada pela esposa ou vive-versa. Se não houver uma aliança, um acordo de construírem juntos, as dificuldades dessa família serão dolorosas. Os ideais da família tem que ser comuns.

EXEMPLOS

·         Moisés teve a visão de salvar o povo da escravidão do Egito, e Zípora, sua esposa, o acompanhou.
·         Maria mãe de Jesus, teve uma visão primeiro que seu marido José. Ela viu que seria mãe de um homem que faria diferença na história do mundo. José ficou assustado num primeiro momento, mas depois seguiu-a na visão que se tornou a visão da família.

Isso nos mostra que a visão pode surgir tanto do marido como da esposa. Quando nenhum dos cônjuges é sensível a visão, tal família tende a viver sem um propósito.

ENTÃO COMO COMEÇAR

a)      Reúna a família para refletir sobre o propósito de vida.
b)      Dê consciência  de que a família tem uma missão.
c)      Acredite que a família não é apenas um grupo de pessoas que vive debaixo do mesmo teto.
d)     Incentive a uma espiritualidade em Deus.
e)      Procure novos desafios continuamente.
f)       Identifique objetivos da família.
g)      Confronte os pontos divergentes na área financeira.
h)      Deixem claro quais os valores que serão compartilhados, envolvendo os filhos.
i)        Compartilhar a visão pessoal do casamento frente a visão que possuía quando solteiros.
j)        Inclua Deus em sua família.Não faça nada sem uma orientação clara e segura de sua vontade.
k)      Incentive ao estudo
l)        Combinem uma forma de economizar e fazer poupança. Existem várias formas. Enxugando  despesas, poupança, capitalização, investimentos a curto e médio prazo, etc....

CONSCIENTIZAÇÃO

a)      Despesas supérfluas devem ser cortadas.
b)      Cuidado com investimento sem retorno.
c)      Foque o ensino de princípios aos filhos, visando resultados.
d)     O casal fez curso sem retorno profissional. A grande questão aqui é FOCO.
e)      Cuidado com a compra da casa fora dos padrões financeiros, ou aluguéis.
f)       Pouco progresso em algumas áreas pode ser melhorado. Estejam abertos em como fazê-los de uma outra forma.
g)      Tenham um tempo de folga ou lazer com sua família. Isto é muito importante.
h)      Esforços para economizar não têm dado resultado, reúnam-se e tentem novamente de comum acordo. Corrijam os erros, se possível quebre cartões.
i)        Envolva-se com o povo de Deus. Tenha um compromisso sério  com a Igreja.
j)        Metas tem que ser compartilhadas, não é propriedade de um membro só. Todos devem focar-se nesta construção.
k)      Opiniões divergentes causam muitas divisões. Tenham um tempo para reagrupar os pensamentos vagos que saíram da visão.
l)        Escrevam suas metas e concentrem-se nelas. Lembrem-se de (1Coríntios 9:26).
m)    Sejam transparentes uns aos outros.
n)      Melhorem o relacionamento interpessoal

Fonte:
- Adaptação extraída do livro: Família S/A – Josué Campanha – Editora Hagnos
- Chave Bíblica – SBB
- Bíblia NVI

Romildo Gurgel