Romildo Gurgel
Este fenômeno já tem algum tempo
no Brasil, ou melhor, sempre existiu, mas atualmente se percebe um considerável
aumento de número de pessoas que antes viviam muito bem em suas igrejas e por
algum motivo perderam sua motivação de se
congregar e abriram mão do seu convívio.
Isto está acontecendo como
resultado de diversos escândalos nas áreas de sexo, dinheiro, proselitismo,
política, abuso de poder, lavagem de dinheiro, manipulação da fé sadia,
mascaramento de pecados e escândalos dos mais diversos. Os vilões são as
igrejas neopentecostais e algumas outras incluindo até mesmo as históricas.
Enxergo isso como uma crise de
credibilidade, ética, moral, espiritual e identidade. Claro que não podemos
generalizar, pois não são todas que são assim, existem muitos ministros
íntegros e igrejas saudáveis em muitos locais.
Os desigrejados são pessoas que
conhecem a verdade e muito bem e leem e estudam as escrituras até mesmo muito
mais do que os igrejados. Recentemente
ouve uma pesquisa e que a coloco na integra logo abaixo seu resultado, achei bem
interessante.
Acredito que o maior desafio da
Igreja é recuperar essa gama de gente de extrema capacidade, faculdade
perceptiva de observação e discernimento amplo, mas segundo os que escrevem e
estudam sobre esse assunto, acham que eles não pretendem retornar facilmente, muito
embora, a pesquisa aponte para um possível retorno da maioria deles. No geral são pessoas feridas, fugitivas de um
pastoreio ineficaz, desprezadas, que estão mantendo a sua fé sem os modelos
institucionais, são observadoras de escândalos sem muita confrontação, e que saíram
do convívio, muito embora eles se converteram, fizeram parte, desfrutaram e
aprenderam muito com essas igrejas.
O desigrejado não é o mesmo que
se apostatar da fé. Os desigrejados são aqueles que tão somente abandonaram o
convívio institucional e mantiveram a sua integridade com Jesus Cristo, são
abertos a comunhão, ao compartilhar, e ao mesmo tempo rígidos quanto a
disciplina, com certas intolerâncias do pecado mascarado. Eles não voltaram às
práticas pecaminosas que antes dominavam suas vidas.
O desigrejado não tem a intenção
de abandonar a Cristo e o seu Senhorio, mas daquilo que estão vendo acontecer
nas instituições eclesiais por parte de alguns líderes corruptos que estão em
plena gestão, ficarem ilesos sem uma confrontação mais rígida,por estes motivos
sentiu-se, o desigrejado, desconfortável e não mais pastoreado.
Diante desse impasse histórico, os
desafios para as igrejas são enormes. Acredito que é uma grande oportunidade da
igreja reaprender a parábola da ovelha perdida e do irmão mais velho do filho
pródigo, da ovelha que caiu em um poço no dia santificado e não a puderam tirar
porque era pecado fazer isso naquele dia. A igreja precisa rever que os peixes
pescados devem ser trazidos para Jesus e
serem colocados para dentro d”ele, sua Pessoa, Sua Vontade, o resto é acessório
sem peso de valor. Os desigrejados não estão na classificação de perdidos no
sentido de desviados de Jesus Cristo e do seu Senhorio, mas se encontrá-los por
aí, que não é difícil, eles não têm a
mínima intenção de voltar para um aprisco que fecha-se para uns e abre-se para
os que estão no exercício do funcionamento da reunião. A oportunidade da igreja agora é, de mostrar o seu rosto de uma forma humilde,
sujeita a erros, aberta a mudanças, aberta a comunidade (comum-unidade), aberta
ao Espírito Santo, ao diálogo, a transparência financeira, acima de tudo
cultivar o perdão sem acepção de pessoas, e ao mesmo tempo confrontar
disciplinarmente a liderança que peca enquanto é aplicada a mesma disciplina
aos seus membros sem a menor chance de algum pronunciamento e tolerância como
ocorre entre eles. A oportunidade da igreja agora é focar-se na
mutualidade, na mutua lavagem dos pés, da limpeza de uns para com os outros, no
perdão, no caminhar mais uma milha, em dar a outra face, a estender a mão ao cansado,
a combater a discriminação racial, social, a destrancar os grupos fechados, a
oportunizar o menos favorecido, a enxergar e pesquisar aqueles que se aproximam
e saem pelas portas dos fundos, acolher com carinho as verdades que serão
pronunciadas aos que transitam por ali e analisá-las sem que haja perda. A Igreja precisa
reaprender a levar a carga uns dos
outros, ser igreja, ser serva, ser gente sadia, ser luz que anda na Luz, mas
essa a de Cristo, ser sal que salga e não somente temperar os dissabores , amar acima de tudo, porque foi amada primeiro,
perdoar, porque foi perdoada, abraçar porque foi abraçada, etc..., e por ai vai.
Veja os dados desta pesquisa logo
abaixo que coloco “ipisis litteris”,
extraído do site: http://www.genizahvirtual.com/2012/07/desigrejados-consomem-mais-livros.html#ixzz2OvpCSsaH
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A PESQUISA
Segundo a pesquisa, os
desigrejados são o grupo de evangélicos que declararam comprar mais livros por
ano, adquirindo quase 45% mais livros por ano do que a média dos evangélicos
com vínculo denominacional.
Já em relação ao tipo de
envolvimento com a igreja, os pastores são o grupo de respondentes apresentando
a maior média de livros comprados por ano, mas ainda um pouco abaixo da média
dos evangélicos "sem vínculo".
Os desigrejados são também o
grupo com a maior média de participação em eventos não denominacionais, tais
como: congressos, encontros, jornadas, seminários, etc.
Segundo o diretor do BEPEC,
Danilo Fernandes, estas observações revelam o interesse deste grupo na
manutenção de vínculos de comunhão, ainda que alternativos: “Está claríssimo
que o desigrejado se mantem no alvo e busca conhecimento da Palavra. Seja qual
for a razão que o afastou da comunhão tradicional, “decepção” com líderes e/ou
doutrinas, ou qualquer outra razão, o desigrejado é um interessado pelo
conhecimento das Escrituras e o aprimoramento teológico, o que é bem mais do
que se pode dizer da maioria”, alfineta Fernandes.
A seguir, alguns highlights da
pesquisa:
• O tempo médio de Evangelho
(conversão) do desigrejado é de 5,6 anos – não são novos na fé, portanto.
• 63% dos respondentes declarou
que voltaria a ter comunhão, caso encontrasse uma comunidade saudável – segundo
a sua percepção – e que não apresentasse os vícios e as malversações que os
afastaram da comunhão.
• 62% são egressos de
denominações neopentecostais com teologia atrelada à confissão positiva.
• 5.3% afirmam que foram em algum
momento “disciplinados”. Destes, 72% informam que isto se ocorreu na ultima
instituição em que estiveram vinculados.
• 29% informa não pretender
vinculo com outra igreja novamente. 62% declara acreditar na possibilidade de
um novo vinculo e 9% não sabem (ou não quiseram responder).
• 29% do total de desigrejados
informa estar mais propenso a vir participar do movimento de igrejas em casa ou
de algum tipo de comunidade alternativa.
• 33% informa estar mais propenso
a se vincular a outra comunidade tradicional.
• 12% dos respondentes declarou
visitar outras comunidades ocasionalmente em busca de um local para congregar.
A pesquisa foi realizada por
meios digitais utilizando a mesma ferramenta - AKNA SURVEY - em uso pelo IBOPE
e outras grandes empresas. A investigação fez uso do cadastro do BEPEC com 1,8
milhão de evangélicos cadastrados. A metodologia empregou amostragem
estratificada proporcional, segundo a participação dos grandes grupos da
população evangélica na população brasileira (pentecostais, reformado,
tradicionais e neopentecostais). Os respondentes totalizaram 1062 por grupo.
Sendo uma pesquisa ad hoc, os
dados completos não estão disponíveis para o público. A divulgação deste resumo
foi autorizada pelo contratante para a apresentação, em primeira mão, no evento
global do Tribal Generation 2012 pelo diretor do BEPEC, Danilo Fernandes.
A lista de livros que estão nas
livrarias são enormes, tenho tido a oportunidade de comprar alguns e passo agora alistá-los
abaixo:
1 - IGREJA. Acabou? - Israel Belo
de Azevedo editora Hagnos
2 - Lutando pela Igreja -
Ariovaldo Ramos e Ricardo Bitum - Editora Hagnos
3 - Cristianismo Sem Cristo o
evangelho alternativo da Igreja atual - Michael Horton - Editora Cultura
4 - A greja desviada - Charles
Swindoll - Editora Mundo Cristão
5 - É Cristã a Igreja Evangélica
- Magno Paganelli, prefaciado por Ariovaldo Ramos - Arte Editorial
6 -Dissidentes de Igreja - Alan
Correia - Editora Reflexão.
7 - O que os evangélicos não
falam - Ricardo Gondin, Editora Ultimato.
8 - Sem Barganha com Deus, Caio
Fábio, Fonte Editorial.
9 - Igreja Lugar de Soluções,
Israel Alves Ferreira - Editora CPAD
10 - Igreja Lugar de Vida, Naamã
Mendes - Editora Betânia
11 - A Igreja que você sempre
Quis, Gleen Wagner - Editora Vida
12 - Uma Igreja sem propósitos,
Jorge Henrique Barro, - Ed Mundo Cristão
13 - O que estão Estão Fazendo
com a Igreja - Augusto Nicodemus - Ed Mundo Cristão
14 - Revolução, Cansados da
Igreja? - George Barna - Editora Abba
15 - Decepcionados com a Graça -
Paulo Romeiro - Editora Mundo Cristão.
16 - Igreja com propósito - Rick
Warren - Ed Vida
17 - A maldição do Cristo
Genérico - Eugene H.Peterson - Ed Mundo Cristão
18 - Mudança de Paradigma na
Igreja - christian A. Schwarz - Ed.Evangélica Esperança.
Romildo Gurgel
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