Romildo Gurgel
“Tornem-se meus imitadores,, como eu sou de Cristo”
(1Coríntios 11:1)
A declaração do apóstolo Paulo a Igreja, parte do pressuposto
da inadequação da confissão que ela professa, por achar que ela não é uma
imitação confiável de Cristo. O que o
apóstolo contempla é um testemunho hibrido, que assume a liderança
influenciadora, fragmentando a realidade da pessoalidade de Cristo na
comunidade. De certa forma, todos nós nos sentimos inadequados para de uma
forma confiante fazer uma declaração como esta. No entanto, Paulo não tem
nenhum receio de utilizá-la e pronunciá-la. Em outras igrejas e em ocasiões diferentes,
ele faz uso dessa declaração com bastante liberdade, vejamos:
“Portanto suplico-lhe que sejam meus imitadores” (1Coríntios
4:16).
“Portanto sejam imitadores de Deus como filhos amados”
(Efésios 5:1)
“Irmãos, sigam unidos o meu exemplo e observem os que vivem de
acordo com o padrão que lhes apresentamos” (Filipenses 3:17)
“De fato vocês se tornaram nossos imitadores e do Senhor,
pois, apesar de muito sofrimento, receberam a palavra com alegria que vem do
Espírito Santo”(1Tessalonicenses 1:6).
A quem deveremos imitar em meio a tantos modelos de
cristianismo na atualidade? Hoje existem
muitos líderes religiosos que levam multidões a imitá-lo, vestindo as mesmas
roupas, falando do mesmo jeito, usando os mesmos métodos, frequentando os
mesmos lugares, cantando as mesmas músicas, gostando das mesmas diversões, amando
os mesmos dogmas e sistemas, etc. Não é para esse tipo de modelo que o apóstolo
pretende ser. Ele não convida ninguém a
vestir a mesma roupa que ele. Ele não convida a abraçar seus métodos, mas a
imitar a mesma pessoa que ele imita (JESUS CRISTO), a ser um exemplo daquilo
que foi ensinado por Jesus e encontrado unicamente n’Ele.
A grande questão do momento é: Se você não imita a
Cristo, a quem então você está imitando?
A fé para o apóstolo Paulo era uma realidade pessoal,
envolvia toda sua existência, não existia nada de que ficasse de fora, sem que
Cristo não viesse aparecer. Ele não se escondia atrás da academia, não se
refugiava nos diplomas e não fazia da teologia apenas uma arma para defender
suas convicções. Ele não teve o menor receio em afirmar que considerava tudo
como esterco por causa da excelência de Jesus Cristo, conforme ele escreveu em (Filipenses 3:7-11):
“Mas o que para mim era lucro, passei a considerar como perda, por causa de
Cristo. Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema
grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem perdi todas as
coisas. Eu as considero como esterco para
poder ganhar Cristo e ser encontrado nele, não tendo a minha própria justiça
que procede da Lei, mas a que vem mediante a fé em Cristo, a justiça que
procede de Deus e se baseia na fé. Quero
conhecer Cristo, o poder da sua ressurreição e a participação em seus
sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte para, de alguma forma, alcançar
a ressurreição dentre os mortos”
Paulo também não
fazia uso da sua eficiência ou eloquência para dar visibilidade ao seu
ministério, como é tão comum entre nós.
Paulo não convidou ninguém imitar seu sucesso ou sua competência. Ele deixou
claro esta verdade em sua vida quando escreveu dizendo:
“Porque decidi nada saber entre vós, senão a
Jesus Cristo, e este crucificado. E foi em fraqueza, temor e grande tremor que
eu estive entre vós. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em
linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder,
para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana; e, sim, no poder de
Deus” (1Coríntios 2:2-5).
A resposta a esse ensaio é:
- Se não imitamos a Cristo, somos idólatras de nós mesmos, seremos egolátricos e orgulhosos da nossa própria projeção.
- Não existe seguimento a Jesus sem que haja uma crucificação diária e constante - (Lucas.14:27)
- Imitar Jesus é fazer a mesma mimica que Jesus fez.
- Não se pode imitar a Jesus se não houver uma renúncia de nós mesmos e de tudo aquilo que valorizamos - (Lucas 14:33)
- Nós somos uma carta. Carta não fala, é lida. - (2Coríntios 3:2)
- Quando o envelope mortal for aberto, a carta será lida por todos.
- Nós somos aroma constantemente de um único perfume (Cristo). - (2Coríntios 2:15-16)
Que o Senhor nos ajude,
Romildo Gurgel
Fonte:
- Barbosa Ricardo. Identidade Perdida. Encontro
Publicações, 2012 pp.63-65
- Bíblia NVI
- Bíblia Vida Nova – Editora Vida
- Chave Bíblica