A Grande
Comissão de (Mateus 28:19-20) é um dos mandatos
mais significativos para quem deseja servir ao Senhor e encarnar a sua vontade
como instrumento reconciliador. Em primeiro lugar, a grande comissão é o registro da
última instrução pessoal deixada por Jesus a seus discípulos. Em segundo lugar,
é uma chamada especial de Jesus Cristo a todos os seus seguidores para
praticarem enquanto estiverem aqui na terra.
Mateus relatou também em seu evangelho uma "Comissão Menor" anterior a esta,
apenas para os doze, (cf. Mateus
10:5-42), direcionada apenas para
as "ovelhas perdidas da casa
de Israel" sendo obedecida pelos seus discípulos durante e depois da estadia de Jesus aqui na terra.
Nela, o Senhor profere uma de suas mais famosas frases, "Não vim trazer a paz, mas a espada".
Algumas
parábolas ensinadas por Jesus, retratam
o endurecimento dos corações dos judeus frente a salvação do seu messias. O
reino seria tomado e entregue a outros povos. Como por exemplo a parábola dos
dois filhos de (Mateus 21:28-32) onde Jesus teceu a história de um homem que tinha
dois filhos, chegando para o primeiro (judeus)
pediu que fosse trabalhar na sua vinha, onde este prometeu ir, porém não
foi. Por sua vez, chegou também para o segundo (gentios) fez o mesmo pedido,
onde este respondeu que não queria trabalhar na vinha, mas depois arrependido
do que disse, foi trabalhar. Jesus finaliza a parábola com estas palavras:
“Em verdade vos digo
que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus. Porque João veio a
vós outros no caminho da justiça, e não acreditastes nele; ao passo que
publicanos e meretrizes creram” (vs.31-32).
Sequencialmente
Jesus teceu outra parábola em (Mateus 21:33-46 parábola
dos lavradores maus), que aponta para esta transição de encargo
missional. No entanto, esta segunda é bastante crucial em sua ênfase. Ele
começa dizendo que um dono de uma casa plantou uma vinha, cercou-a com uma
sebe, construiu um lagar, edificou uma torre e arrendou-a a uns lavradores
(Judeus) ausentando-se subsequentemente deste pais. Chegando ao tempo da
colheita enviou alguns servos para receber os frutos do trabalho dos
lavradores, sendo seriamente maltratados, espancados um a um levando alguns a falecerem
por esses maus tratos. O dono da vinha enviando outros servos foram tratados de
igual modo. Comovido pelo ocorrido e
pela dureza dos arrendatários, decidiu enviar o seu próprio filho achando que
por ser filho, eles iriam respeitar e recebê-lo como deveriam receber. Mas os
lavradores vendo-o disseram: ‒ É o
filho, matemo-lo porque esse é o herdeiro e nos apoderemos da herança. Assim
procederam.
A conclusão da
parábola está nos (vs.42-43) que diz:
“A pedra que os
construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra angular; isso
procede do Senhor, e é maravilhoso aos nossos olhos? Portanto vos digo que o
reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhe produza os respectivos
frutos”.
Diante da
realidade da missão que Deus nos entregou, a Igreja tem a tarefa de trabalhar nesta lavoura na posição de serva
obediente, comprometida em trabalhar trabalhando e ao mesmo tempo colhendo e
cuidando dos frutos que não pertencem a ela até que venha a prestação de
contas quando o dono da casa pedir que apresente o relatório de sua administração.
A grande
comissão tem também como base a ação trinitária, no sentido de colocar todas as
pessoas no Pai, no Filho e no Espírito Santo. A trindade incuba-se na ação transformadora do aumento e crescimento e
desenvolvimento da lavoura, através da proclamação pedagógica do evangelho. A
abrangência do campo agora é bem maior: É o mundo todo, envolve todas as raças,
tribos e nações em toda situação social em que se encontram, devemos confirmar
nossa obediência proclamando a redenção do Filho como herdeiro da lavoura e da
casa.
Na grande
comissão, Jesus não deu uma grande sugestão, mas uma grande “missão”, “remeter”,
“enviar” que só pode ser obedecida desinstaladamente, informalmente,
relacionalmente e permanentemente. Fomos chamados a “ir” e não somente a “vir” (Mateus 11:28), somos desafiados a ver em cada passo
da caminhada uma oportunidade para partilhar do amor de Deus revelada em
Cristo. A melhor maneira de participar dessa vida é empregando-a em algo que tem implicações
eternas.
O discípulo é
convocado por Jesus a erguer seus olhos para além de suas próprias fronteiras,
compreendendo que o projeto divino de transformação inclui todas “as tribos,
línguas, povos e nações” (Apocalipse 5:9). O
Cristo que abraçou o mundo (João 3:16) nos
ordena a fazer o mesmo de maneira sábia e responsável.
A CONVOCAÇÃO É DE DEUS, A MISSÃO É DE DEUS
E A CAPACITAÇÃO TAMBÉM É DADA POR DEUS
“Sem mim nada podeis fazer” (João 15:5)
A obrigação de
pregar o evangelho não depende da letra, mas do Espírito de Cristo. A autoridade de Jesus provê a base para toda
obediência do cumprimento da missão. Em (Lucas
24:44-49), Jesus diz que todas as
pessoas serão chamadas a se arrepender e pede aos seus discípulos que esperem
em Jerusalém até
que lhes seja investido o poder, que historicamente
aconteceu nos dias da festa de pentecostes
em Jerusalém. No livro de (Atos
1:4-8). Lucas também relata Jesus
enviando discípulos durante o seu ministério para todas as nações e dando-lhes
o poder sobre os enfermos e os demônios (cf. Lucas 9:1-2). Em João, Jesus promete enviar-lhes o paracleto, o
que também ocorreu em (João
20:19-23). Sendo assim, a igreja
possui toda cobertura necessária para cumprir a missão que lhes foi conferida.
A maneira como
a grande comissão deve ser levada a cabo pode ser vista pelos três gerúndios.
Padilla (p.33-34) descreve muito bem:
1 – O ide é indo “poreuthentes” (v.19)
– aqui aponta para uma atitude do discípulo em constante missão mesmo que não
cruze uma fronteira geográfica.
2 – Batizando “baptizontes” (v.20) mostra que o fazer discípulos envolve a
introdução dos novos crentes à comunidade cristã por meio desse rito de
iniciação.
3 – Ensinando !didaskontes” (v.20) -
esclarece que o fazer discípulos
não pode ser dissociado de uma formação integral orientada à obediência
da fé.
Podemos resumir que a
ideia central da grande comissão consiste em:
a) Conduzir
as pessoas para o caminho (Jesus) para que vejam e entrem no reino de Deus
através do (novo nascimento).
Somos criadores de pontes para esta conexão.
b) Levá-los
a participar de uma transformação espiritual-almática-física e social. Somos cooperadores para que aconteça a
reconciliação do homem em sua totalidade.
c) Ensinar
de uma forma pedagógica a guardar e praticar todos os ensinos que Jesus deixou
para serem obedecidos.
Não apenas as mais agradáveis, mas a verdade de toda palavra, não apenas o
leite, mas também o alimento sólido.
Deus abençoe,
Romildo Gurgel
FONTES
1-http://pt.wikipedia.org/wiki/Grande_Comiss%C3%A3o#Relatos_no_Novo_Testamento; acessado em 22/10/2013.
2-http://hernandesdiaslopes.com.br/2012/04/a-grande-comissao-uma-missao-inacabada/#.UmaGTPk05_k; acessado em 22/10/2013.
3-http://www.allaboutjesuschrist.org/portuguese/a-grande comissao.htm#sthash.FrbHHPiV.dpuf
4 –
PADILLA, René C. O que é Missão Integral.Editora Ultimato. Viçosa/MG. 2009.
5 – Bíblia Vida Nova- Editora
Vida.
6 – Chave Bíblica – CBB.