Romildo Gurgel
“Digo-lhe a verdade: Quando você era mais
jovem, vestia-se e ia para onde queria; mas quando for velho, estenderá as mãos
e outra pessoa o vestirá e o levará para onde você não deseja ir” (João 21:18).
Estas palavras
ditas por Jesus a Pedro, é o cerne da liderança cristã. Aqui fala da
capacitação de servir e seguir o caminho da vontade de Deus sem resistência.
Para que isso venha acontecer faz-se necessário uma postura prontificada de
humildade.
O mundo ensina
que um jovem deve lutar pela sua independência, e enquanto não adquire, não
pode ir onde deseja ainda, mas quando crescer e ficar maduro será capaz de
tomar suas próprias decisões, seguindo seu próprio caminho e controlando o seu
próprio destino. Mas Jesus ensinou de forma diferente para Pedro revelando que
a maturidade está na capacidade de abandonar e deixar-se levar para onde você
preferiria não ir. Maturidade ensinada por Jesus envolve submeter sua própria
vontade e de forma humilde, subjulgar essa vontade própria a uma atitude de
leveza de se deixar ser conduzido com facilidade ao propósito da vontade de
Deus.
Quando Jesus chamou
a Pedro para ser um líder de Suas ovelhas, Ele deixou bem claro ao confrontá-lo com a dura verdade, de que o
líder deve ser um servo guiado para lugares desconhecidos, indesejáveis e
muitas vezes dolorosos. O caminho de um líder cristão não é um caminho de
ascensão, mas revela-se em um caminho descendente até a crucificação.
·
Maturidade cristã reside na capacidade de dizer
não a si mesmo. E de aceitar ir aonde tem que ir, mesmo quando não se quer ir.
·
Maturidade cristã aparece quando é o que se deve
ser, mesmo que não seja este o nosso natural interesse.
·
Maturidade cristã se destaca quando se faz
aquilo mesmo que seja a contragosto.
O maior líder é aquele que tem o
maior dos líderes, Jesus Cristo como Senhor.
Não precisa ir
muito longe para se observar quem são os lutadores da arena da alma. Conflitos
de vontades, disputas de poder, este é o cerne das batalhas travadas ali: Sua
vontade e a vontade de Deus. O resultado dessa luta será a “vontade que
prevalecer” que será a dona de nossas intenções, ações e propósitos.
Sendo assim,
dois termos aparecem nas Escrituras Sagradas. O primeiro é o esvaziamento, e o
outro é o enchimento. A verdade é que não há como encher algo que esteja
plenamente cheio.
Está escrito:
“...deixem-se encher do Espírito Santo”
(Efésios 5:18b).
Deixar-se
encher, consiste em você fazer a sua parte, permitindo que haja um
esvaziamento, para que o Espírito Santo ocupe o lugar que estava cheio de sua
vontade anteriormente. A sua parte esta na palavra do versículo “deixem-se” e
nessa arena da alma, o Espírito Santo assumirá o enchimento simultaneamente na
medida em que houver um esvaziamento.
Entenda isso: Fora da sua
vida, Deus é um juiz, dentro de sua vida e assumindo a sua vontade, ele é seu
Salvador. Salvação sem senhorio é deixar Deus de fora. Se não houver uma
transformação, serão meras informações. Se não houver uma transformação para
que Deus assuma a nossa vontade, a nossa vontade própria no céu, seria manifestação
de demônios, pois ela é por demais corrompidas.
Entenda que não existe um plano B que venha substituir a vontade de
Deus. A santificação bíblia é um processo de humilhação da nossa vontade e
apropriação da vontade de Deus em cima dessa vontade corrupta.
A Bíblia diz: “Sem santificação
ninguém verá o Senhor”(Hebreus 12:14b).
Uma vontade que não se rende é o
mais serio de todos os obstáculos para saber a vontade de Deus.
Que o Senhor nos ajude.
Romildo Gurgel
FONTE:
1 – Extraído e compilado do livro
de WANDERLEY, Sergisfredo. Cristianismo Diabólico. Editora Danprewan, 1ª Edição;
Rio de Janeiro, 2011 pp.130-134.
2 – Bíblia Sagrada NVI
3 – Chave Bíblia – SBB
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