quinta-feira, 10 de novembro de 2011

ORAÇÃO DE CORAÇÃO

Por Romildo Gurgel
Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. (Mt.7:7)
As três expressões, em conjunto, ensinam claramente qual a disposição amorosa de Deus no que diz respeito a atender às orações. (Russel P. Shedd)
E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. - (João 14:13) Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei. - (João 14:14)
A verdade desses versículos é que Jesus dará o que se pede em seu nome, afim de que o Pai seja glorificado no Filho.
O que realmente é importante na oração, não é simplesmente orar, pedir, buscar, utilizando as petições no nome de Jesus. O nosso desafio para obtermos a resposta não é cumprir cabalmente o que os versículos estão sugerindo.Sem dúvidas as sugestões dos versículos nos traduz a praticar as verdades ensinadas, mas isso não garantirá ainda sermos respondidos. Mas se você aceitar a tarefa de procurar Deus em seu próprio coração, e se sinceramente abandonar seus pecados, de modo que possa aproximar-se Dele, você infalivelmente O encontrará. Mas se você procura o Senhor e, todavia, não quer parar de pecar, não O encontrará. Por quê? Porque você O procura em um lugar onde Ele não está. Você poderá me dizer: Mas Deus é onipresente, Ele esta em todos os lugares. – É verdade, mas também é verdade que Ele não responde a pecadores.
A grande questão de muitas orações não serem respondidas é porque não estão sendo feitas de coração. Então me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei. - (Jeremias 29:12)
E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração. - (Jeremias 29:13)
Clamei de todo o meu CORAÇÃO; escuta-me, SENHOR, e guardarei os teus estatutos. - (SL 119:145)
A espécie de oração que estou me refirindo não é uma oração que vem da mente. É uma oração que começa no coração. Não vem do seu entendimento ou de seus pensamentos. Oração oferecida ao Senhor, que sai da sua mente, simplesmente não será adequada. Por quê? Porque sua mente é muito limitada. A mente pode dar atenção a somente uma coisa de cada vez. A oração que brota do coração não é interrompida pelo pensamento! Ela vai muito longe e nada poderá interromper uma oração feita assim. Há uma coisa que pode interromper. Desejos egoístas podem fazer com que esta oração não seja respondida.
O que se precisa saber é como procurá-Lo. Quando achar o modo de buscá-lo, na próxima vez será bem mais fácil, o exercício fará com que se torne algo bem natural. Porém a oração terá que ser feita de coração. Descobrir em como se orar de coração é o que vai fazer toda diferença. Isto pode envolver, zê-lo, profunda sinceridade, fé, respeito, intensa reverência, a verdade da Sua vontade somado com profundo interesse, estar aberto interiormente a ser ajudado imediatamente por Deus. Contudo, afirmo que o seu coração não permitirá se relacionar com Deus com problemas. O Espírito Santo agirá de tal forma no seu interior (coração), que conduzirá a oração, através de confissões, arrependimentos, intensas intregas, promessas de se relacionar com Deus de uma forma mais intensa. Quero lembrar que isso não provém da mente humana, mas do coração, da verdade da ação do Espírito Santo no seu coração em ajudá-lo em suas fraquezas.
UM MODO SIMPLES DE ORAR
Leia um texto ou uma passagem das Escrituras Sagrada, extraia do texto as verdades que poderão ser utilizadas na oração. Não caia no erro de ler o texto e desprezá-lo na oração. A passagem lida revela a vontade de Deus a ser colocada na oração como verdade para conduzi-lo focado na vontade de Deus. Alimente o seu coração da verdade do texto, quanto mais você digerir apoie a sua fé nesta verdade, aplique para sua vida, procurando achar sentido no coração através da oração. Mergulhe nas profundezas da oração meditativa até que um doce aroma desça sobre você. Orar com as Escrituras é encontrar Jesus por aquilo que você esta lendo. Os sentimentos de verdade do texto ou da passagem poderão ser imprimidos no seu interior. Uma vez imprimido, o Espírito Santo lhe ajudará. Não faça isso tão rápido, tenha tempo para orar, não permita a sua mente controlar o horário, ore com forte propósito de buscar o Senhor de todo coração. Coloque o coração diante do Senhor e não na mente. Com certeza você irá encontrá-lo. Isto é prático. Tome Deus a sério. Experimente.
COMO FAZER?
Se isole em um local de sua casa onde você não for incomodado. Um bom local é o seu próprio quarto.
Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente. - (Mateus 6:6)
Decidindo assim, se dobre com o propósito de ter comunhão com Deus, leia uma passagem das escrituras, da medida que for lendo, coloque a sua mente na passagem. Você está lendo a fim de voltar sua mente das coisas exteriores para as regiões profundas de seu ser. Não o está fazendo, na realidade, para aprender ou para ler, mas sim para experimentar a presença do Senhor. Pela fé você poderá manter o coração na presença do Senhor. Você encontrará o Senhor no seu coração, no seu espírito humano.
Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele. (1Co.6.17)
Uma vez que seu coração se tenha voltado, interiormente, para o Senhor, você terá uma noção de Sua presença. Será capaz de notar Sua presença mais agudamente, porque seus sentidos exteriores se tornaram agora muito calmos e tranqüilos. Uma vez sua mente ocupada com o que leu, Deus tocará em seu espírito. Se sua mente lhe distrair, foque-a novamente ao texto, digerindo-o no coração. Depois de praticar algumas vezes, se transformará em um hábito, e você poderá voltar profundamente para dentro com mais facilidade do que na primeira vez. Conforme os textos expostos até aqui, o Senhor tem o desejo de se revelar a você e fazer com que você desfrute de sua graça e presença.
O salmista foi um homem segundo o coração de Deus. O seu segredo é que facilmente ele se voltava ao Senhor de todo o coração. Confira esta seleção de textos:
Ensino do coração
Bendido o Senhor, que me aconselha; pois até durante a noite o meu coração me ensina. (Salmos 16:7)
Alegria do coração
Portanto está alegre o meu coração e se regozija a minha glória; também a minha carne repousará segura. – (Salmos 16:9)
O Senhor prova o coração
Provaste o meu coração; visitaste-me de noite; examinaste-me, e nada achaste; propus que a minha boca não transgredirá. – (Salmos 17:3)
Falar de coração
Quando tu disseste: Buscai o meu rosto; o meu coração disse a ti: O teu rosto, SENHOR, buscarei. - (Salmos 27:8)
Confiar e saltar de prazer no coração
O SENHOR é a minha força e o meu escudo; nele confiou o meu coração, e fui socorrido; assim o meu coração salta de prazer, e com o meu canto o louvarei. - (Salmos 28:7)
Clamor para que o Senhor conduza o coração
Desde o fim da terra clamarei a ti, quando o meu coração estiver desmaiado; leva-me para a rocha que é mais alta do que eu. – (Salmos 61:2)
Derramar o coração a Deus
Confiai nele, ó povo, em todos os tempos; derramai perante ele o vosso coração. Deus é o nosso refúgio. (Selá.) – (Salmos 62:8)
Unir o coração ao temor do Senhor
Ensina-me, SENHOR, o teu caminho, e andarei na tua verdade; une o meu coração ao temor do teu nome. – (Salmos 86:11) Louvar-te-ei, Senhor Deus meu, com todo o meu coração, e glorificarei o teu nome para sempre. – (Salmos 86:12)
Buscar de todo coração e focar-se nos mandamentos
Com todo o meu coração te busquei; não me deixes desviar dos teus mandamentos. - (Salmos 119:10)
Armazenar no coração os estatutos do Senhor
Inclinei o meu coração a guardar os teus estatutos, para sempre, até ao fim. - (Salmos 119:112)
Clamor de todo o coração
Clamei de todo o meu coração; escuta-me, SENHOR, e guardarei os teus estatutos. - (Salmos 119:145)
ORAR SEM CESSAR
“Orai sem cessar”. (1 Tessalonicenses 5.17)
É a oração que o discípulo a todo tempo esta com o seu coração concentrado no Senhor. Esta concentração intencional esta no fato do discípulo estender e fazer todas as suas demais atividades por intermédio do seu coração, além do ambiente do seu quarto. O discípulo além de orar nos seu aposento, poderá manter este relacionamento mesmo quando se ausentar dali. A experiência do quarto poderá ir além dessa fronteira e se tornar uma experiência com a mesma intensidade da isolada. Lembre-se que é só você intimamente que ora (no coração). Embora você esteja fora do quarto, poderá manter-se dentro (coração) em todos os seus afazeres.
“Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor, e não para homens,” (Colossenses 3.23)
O ambiente do trabalho, na vida comum no lar, ou em qualquer outra atividade ou setor da sua vida, poderá ser levado essa dimensão de oração de uma forma constante e piedosa. Na oração existem inúmeros momentos: Louvor, silêncio, meditação, gestos solenes, desfrute da presença do Senhor, conforto, júbilo extravagante e muito mais. No coração todos esses acontecimentos poderão ser desfrutados, tornando a sua vida uma constante oração. Então, traga a experiência do quarto para o seu dia a dia, muita gente que estiver ao seu redor, será também abençoada. Você poderá trabalhar, estudar, escrever, relacionar-se com as pessoas, comer em um restaurante, se divertir, etc... . Tudo isso pode ser praticado de uma forma mental, mas tente levar para estes locais a experiência da oração de coração. Jesus habita em nosso coração e recebemos no coração o penhor do Espírito. Onde você for você leva-O consigo, mas fazer uso do coração fará toda a diferença. Toda experiência que um cristão possa ter, é proveniente dali, do coração.
“O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau, do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que o coração esta cheio.” (Lucas 6.45)
“Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor, e não para homens,” (Colossenses 3.23)
“Seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível de um espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus” (1Pedro 3.4)
É do interesse do Senhor conduzir os corações daqueles que lhes pertencem.
“Ora, o Senhor conduza os vossos corações ao amor de Deus e à constância de Cristo.” (2Tessalonicenses 3.5)
A sua parte e dever é:
“antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso corações, estando Sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir Razão da esperança que há em vós”. (1Pedro 3.15)
Deus abençoe Romildo Gurgel
Bibliografia. O assunto do presente texto foi elaborado tendo como base uma adaptação extraída do livro “experimentando as profundezas de Jesus Cristo através da oração”. De Madame Guyon

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

APOSTASIA DOS ÚLTIMOS DIAS

1 – Definição.
Separação ou deserção do corpo constituído de uma instituição, de um partido, de uma corporação ao qual se pertencia. Abandono da fé, especialmente a cristã. (Dic.Aurélio XXI). O dicionário da Bíblia Online também confirma isso. No léxico grego de Strong menciona duas palavras, a primeira “apostasia” concorda com os dicionários mencionados aqui, encontra-se na Bíblia em (At.21.21) e (2Tss. 2.3). e outra palavra “aphistemi” tem um significado ainda melhor: retroceder, afastar-se, remover, ir embora, abandonar, etc. Encontrada em (1Tm 4.1).
2 - A Bíblia fala de varias apostasias:
a) Da verdade (2Tm 2:16-18)
b) Do Caminho (2Pd.2.15)
c) Da fé (1Tm 6.10,21)
d) De Deus (Hb 3.12)
e) Da congregação (Hb 10.25-27)
3 - A apostasia pode seguir em duas direções:
a) A apostasia moral (volta a práticas pecaminosas). - É o abandono da comunhão salvívica com Cristo e o envolvimento com o pecado e a imoralidade. Esses apóstatas poderão até anunciar a sã doutrina bíblica, e mesmo assim nada terem com os padrões morais de Deus (cf. Is 29.13; Mt 23.25-28). Muitas igrejas permitirão quase tudo para terem muitos membros, dinheiro, sucesso e prestígio (cf. 1Tm 4.1). O evangelho da cruz, com o desafio de sofrer por Cristo (cf. Fp 1.29), de renunciar todo pecado (cf. Rm 8.13), de sacrificar-se pelo reino de Deus e de renunciar a si mesmo será algo raro (cf. Mt 24.12; 2Tm 3.1-5; 4.3).
b) A apostasia doutrinária ou teológica (negação ou deturpação das verdades bíblicas). É o desvio de parte ou totalidade dos ensinos de Cristo e dos apóstolos, ou a rejeição delas (cf. 1Tm 4.1; 2Tm 4.3). Os apostatas apresentarão uma salvação fácil e uma graça divina sem valor, desprezando as exigências de Cristo quanto ao arrependimento, à separação da imoralidade, e à lealdade a Deus e seus padrões (cf, 2Pe 2.1-3,12-19). Nestes últimos dias, os falsos evangelhos, voltados para os interesses humanos e alvos egoístas, estão gozando de popularidade). Essa apostasia como fermento leveda toda uma massa, ou seja, comunidades inteiras poderão ser levadas por essas dissimulações (cf. judas v.4).
4 - Quem abandona a fé, é o cristão ou o não cristão?
Baseados no significado da palavra que acabamos de ver, não tem como um ímpio abandonar algo que nunca abraçou. A Bíblia diz que a natureza humana está destituída da glória de Deus e sua presença (cf. Efésios 2.4-13). O apóstolo Pedro menciona “aquele que depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se o ultimo estado pior do que o primeiro. Porque melhor lhes for não conhecerem o caminho da justiça do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado. Deste modo, sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz; O cão voltou ao seu próprio vômito; a porca lavada, ao espojadouro de lama” (2Pedro .20-22). Então, só o cristão pode apostatar de sua fé. Como a salvação é um dom de Deus o pecador a recebe por meio da fé. Uma fez recebendo torna-se um Cristão salvo. Porém assim como ele recebeu também pode devolver ou desperdiçar o recebido, fazendo com que a operosidade do poder transformador e regenerador seja estancados. Deus não a toma (cf. Romanos 11.29), mas não pode mantê-la com alguém que não esteja disposto a dar continuidade de acreditar. Confira ainda o texto de (Hebreus 6.4-8) onde poderemos extrair as seguintes conclusões:
a) No vs.4 diz que essa pessoa salva, foi iluminada e experimentou o dom celestial e se tornou participante do Espírito Santo. Observe que esse cristão recebeu tanto iluminação como o dom e também o Espírito Santo de Deus.
b) No vs. 5 diz que essa pessoa provou a boa palavra de Deus e os poderes da era que há de vir, ou seja, essa pessoa experimentou a palavra de Deus no seu cotidiano e também daquelas propostas escatologias que empoderará o povo de Deus no futuro, no reino eterno de Deus.
c) Já vs. 6 fala da apostasia desse suposto cristão com a afirmativa de que é impossível que tais pessoas sejam reconduzidas ao arrependimento e aí cita o motivo.
d) No vs.8 conclui com uma metáfora das bênçãos que são enviadas, afim de que o povo de Deus possa frutificar e serem poupadas do fogo.
5 – Apostasia pede ser parcial ou total.
Exemplos de uma apostasia parcial –
a) As Igreja da Asia – (Apocalipse. 2 , 3.1-22) - Os motivos dos desvios são alistados, como por exemplo:
- Abandono do primeiro amor.
- O erro de declarar que são (judeu) e na verdade não o são.
- Sustentam falsas doutrinas, como as de Balaão e dos Nicolaitas.
- Toleram a mulher profetisa Jezabel que ensina a praticar a prostituição e a comer coisas sacrificadas a ídolos.
- Dizem que estão vivos, mas estão mortos. Nesta comunidade os poucos que vivem estão com os seus dias contatos. Muita gente morre por lá.
-Não são quentes e nem frio, mas morno. esta comunidade se diz que é rica abastada, mas o Senhor diz que ela é infeliz, miserável, pobre, cega e nua.
b) Parábola do filho pródigo – (Lucas 15.11-24). Como vemos, nesta parábola o filho ainda não havia se consumado, haja vista que o filho voltou para a casa de seu pai. Tipificando o retorno do cristão desviado aos caminhos do Senhor. Entretanto o texto é claro em dizer que ele “... estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado...” (v.24). Não podemos dizer que alguém apostatou parcialmente se não houver retorno.
Exemplo de apostasia total
a) (Hebreus 6:1-6) – Como vemos no texto, o cristão que abandona a sua fé totalmente não há possibilidade de retorno. Como diz o texto “...é impossível outra vez renová-los para arrependimento” (v.6). Não podemos dizer que alguém apostatou totalmente enquanto houver oportunidade de retorno.
6 – A importância da advertência – (Ezequiel 3.20,21)
a) É fundamental advertir aqueles que apostaram da fé. Devemos trazê-los de volta com uma certa rapidez. Lembro que trazer de volta é trazer para o retorno da fé em Cristo e não para uma denominação, pois elas não salvam absolutamente ninguém, ela simplesmente é um ambiente onde o povo de Deus se reúne e trafega por lá. Portanto, o retorno é para Jesus Cristo, salvador de nossas almas.
b) Em (Tiago 5:19,20)  traduz que o desvio é da verdade e não do ambiente. Sair do ambiente não interpreta-se ainda desvios da verdade, embora a interpretação denominacional enxergue desvios desse modo. Claro que o desvio da verdade poderá levar essa pessoa a se ausentar das reuniões, mas o que dizer dos que estão nas reuniões destituídos da verdade??
c) Jesus disse que se alguém não permanecer n’Ele será cortado (João 15.6)
d) O apóstolo Paulo comenta em (Romanos 11:17-22) da rejeição de Israel da salvação em Cristo Jesus.
e) O autor de Hebreus pergunta ...como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?...” (Hebreus 2.3).
f) Todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada (cf. Mateus 12.31). O Dr. Russel Shedd comenta que a blasfêmia contra o Espírito Santo é a rejeição das mais claras provas de que as obras de Jesus que revelam a aproximação do reino de Deus, foram feitas pelo poder do Espírito Santo. (Bíblia Shed, pg.1347).
g) Portanto, devemos conservar e permanecer firmes na fé, não nos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvimos.... (cf. Colossenses 1.23). h) “...os que deixam o Senhor perecerão (cf. Isaias 1,28).
7 - No livro Teologia Sistemática pg.378 tece o seguinte comentário:
“João diz que a vida eterna não é possessão do crente, independente de ele ter a Cristo (cf. 1João 5.11,12). O Pai deu também ao Filho ter a vida em si mesmo no mesmo sentido em que o Pai tem a vida por seu próprio direito e natureza (cf. João 5.26). A nós não foi concedido esse direito. A vida eterna é a vida de Cristo em nós, e nós a possuímos somente à medida que estamos em Cristo”. Conforme (Romanos 8:1) que diz: “Agora pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”. Portanto, a salvação é mediante a fé. O cristão tem que conservar a sua fé em Cristo. A apostasia é uma realidade que tange todos os filhos de Deus a se afastarem dessa grande salvação. Compete ao cristão, manter-se de pé, nutrindo a sua fé nas verdades da palavra de Deus e na oração, sujeitando-se ao Senhor, que é poderoso para nos conservar de qualquer tropeço. Ligados nessa dimensão, jamais seremos afastados do amor de Deus, como diz o apóstolo Paulo em (Rm. 8.35-39) – Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? (v.36) - Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro.
(v.37) - Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.
(v.38) - Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir,
(v.39) - Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.
Em Cristo
Romildo Gurgel

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A natureza da Igreja

Repensando nossa funcionalidade eclesiástica
Por Ronaldo Lidório
Ao refletir sobre a natureza da Igreja nos confrontamos imediatamente com algumas claras limitações. A primeira seria uma limitação sociológica, na medida de que todos nós, de alguma forma, temos sido influenciados por 2 fatores construtores da presente sociedade, o hedonismo e o narcisismo. Junto a alguns outros, os tenho chamado de elementos da anti-missão. Isto devido a capacidade que eles tem de postar o homem, e consequentemente a Igreja, no centro do universo, em nosso imaginário. Nos tornarmos, aos nossos próprios olhos, os atores principais do evento histórico.
É natural entender, portanto, que enquanto influenciados por esta limitação sociológica, teremos bastante dificuldade de conceber uma Igreja que seja chamada para servir a Deus com toda a sua alma, suas energias, seu dinheiro e seu tempo. Ao contrário, tal limitação lança-nos a consequências puramente humanistas, como o triunfalismo e ufanismo, e desemboca no orgulho, raiz de grandes males.
O hedonismo é esta tendência humana sociocultural, e teologicamente carnal, que nos leva a crer que existimos para nossa própria realização. Que nossa alegria e felicidade pessoal são os bens mais preciosos, pelo qual vale a pena tudo. Que para nos realizarmos podemos, e devemos, romper com quaisquer valores, religiosos ou sociais, passando por cima da Palavra, da família, do ministério e do relacionamento com o Pai.
A sociedade e seus meios de comunicação, as escolas e os púlpitos de muitas de nossas igrejas se tornaram hedônicos. Vivemos para nós mesmos, pensamos em nós mesmos, investimos em nós mesmos, teologizamos para nós mesmos e, consequentemente, não servimos ao Cordeiro Jesus, mas sim a nós mesmos.
Ainda parte desta limitação sociológica, há outro fenômeno que aqui podemos chamar de narcisismo. É o desejo - e desenfreada busca – pela beleza pessoal e público reconhecimento da mesma. Não basta estar no centro das atenções, é necessário que todos saibam disto. O narcisismo é este elemento da anti-missão que faz com que nós trabalhemos e nos esforcemos para o Senhor e Sua obra, desde que sejamos reconhecidos pelos nossos pares, aplaudidos, elevados em pedestais.
Tanto o hedonismo quanto o narcisismo corrompem não apenas a alma humana, sua integridade e santidade, mas também sua motivação. Há, portanto, muitas igrejas, pastores, líderes e missionários fazendo a coisa certa pela motivação errada.
É necessário neste momento, percebermos, que o desejo do Senhor revelado em toda a Sua Escritura não é formar um povo-escravo para o serviço, nem mesmo um centro qualificado de produção, mas discípulos que o amam, que sejam apaixonados por Seus projetos, e que o sigam. O desejo de Deus não é tão somente nos tornar funcionais, mas santos; não apenas nos tornar produtivos, mas íntegros; não apenas nos tornar servos, mas filhos.
A segunda limitação que temos ao refletir sobre a Igreja e sua natureza é uma limitação teológica, e me refiro aqui à teologia do serviço, ou teologia da missão. A maneira como nós compreendemos o nosso papel no Reino, e nos posicionamos em relação a ele. Para conversarmos sobre esta limitação leiamos o texto que se encontra em Atos 2: 37 a 47
37 - Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos? 38 - Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. 39 - Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar. 40 - Com muitas outras palavras deu testemunho e exortava-os, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa. 41 - Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas. 42 - E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. 43 - Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. 44 - Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. 45 - Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. 46 - Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, 47 - Louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.
Atos é um livro teocrático, uma vez que foi escrito para evidenciar que Deus está no controle de todas as coisas. Ele é apresentado aqui neste livro como o Senhor absoluto da história, de nossas vidas e da Sua Igreja. Jamais se surpreende, jamais se corrompe. Esta imutabilidade do caráter de Deus é a certeza de que somos salvos.
Atos é também um livro fidedigno por ter sido escrito de forma a nos mostrar que Deus cumpre todas as suas promessas. Inicia já no capítulo 2 com o cumprimento da promessa do Senhor Jesus de que enviaria o consolador, o parakletos que estaria com a Igreja para conduzi-la a Cristo. O Espírito Santo se manifesta, portanto, para a Igreja e a reveste de autoridade e poder para servir.
Atos 2 pinta o quadro desta Igreja chamada segundo o coração de Deus.
Perceberemos que ela é uma Igreja Koinônica (orientada pela comunhão dos santos); uma igreja Kerygmática (proclamadora do Nome acima de todo Nome); Martírica (que vive segundo aquilo que crê); Proséitica (que tem vida de oração); Escriturística (que ama e segue a Palavra); Diákona (com paixão pelo serviço); Poimênica (que pastoreia o seu povo); e por fim Litúrgica (cuja vida é a adoração do Pai).
Antes de adentrarmos estes desafios bíblicos para nossos corações, podemos nos lembrar da teologia de John Knox quando ele defende que a ponte entre o conhecimento e a transformação é o quebrantamento. Ou seja, muito pode entrar em nossa mente, convencer-nos de verdades bíblicas profundas, mas este conhecimento gerará vidas transformadas somente se houver verdadeiro quebrantamento em nossos corações. E nem quebrantar a nós mesmos nós podemos. Por isto dependemos de Deus. Podemos orar pedindo ao Senhor: quebranta o meu coração para que as verdades da Sua Palavra sejam fogo transformador em nossa alma.
KOINÔNICA – A IGREJA NASCIDA PARA AMAR E CONVIVER COM O DIFERENTE
O verso 44 nos diz que “todos os que creram estavam juntos, e tinham tudo em comum”. A expressão “comum” aqui é koinos de onde temos koinonia, ou “comunhão”. Manifesta que a Igreja neste período histórico pós pentecostes era uma Igreja Koinônica.
Não significa que a Igreja do primeiro século era homogênea. Ao contrário, eram extremamente distintos. Havia intelectuais e gente simples; judeus e gentios; jovens e velhos.
Koinos significa que eles se amavam na diversidade. Que estavam tão deslumbrados com o Senhor Jesus que eram capazes de conviver com o irmão mais diferente, e com ele ter comunhão, porque havia Um que os unia.
Indica que a razão maior da nossa desunião não é sociológica – a percepção do diferente e a intolerância com o mesmo – mas sim teológica, nossa própria carnalidade, desejo de sobressairmos, sobressair nosso pensamento, sobressair nossa denominação, sobressair nosso símbolo. Ao fim, o motivo maior da nossa desunião é espiritual, carência profunda de conhecermos mais a Cristo e sermos como Ele.
O texto diz que esta Igreja louvava de casa em casa e no templo. O templo era o centro do culto formal (aqueles que gostam dos hinos sacros tocados ao piano de caldas) e as casas representavam os ajuntamentos informais (a turma do violão e dos cânticos contemporâneos, digamos assim).
O verso 32 nos diz que era um só coração (kardia, sentimentos) e uma só alma (psiche, pensamentos).
Durante o encontro do CONPLEI (Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos Indígenas) em 2008, houve uma cena cativante no último dia. Era a ceia do Senhor. Irmãos de 47 etnias distintas, além dos não indígenas de várias nacionalidades, como uma pequena multidão de 1.200 pessoas ao redor da mesa de Cristo. Alguns cantavam, outros oravam, alguns traduziam o que estava acontecendo para a língua da sua etnia, e a mensagem era claríssima. Era como se todos declarassem: “somos diferentes, mas amamos a Jesus”.
Divisões, partidarismo, esquemas de superioridade teológica ou prática no Corpo de Cristo sempre será um problema de ordem espiritual. É um reflexo, um triste sinal, de que não estamos deslumbrados com o Jesus ao ponto de sua simples presença ser o suficiente para encher nossos corações e amar profundamente os deslumbrados como nós.
KERYGMÁTICA E MARTÍRICA – A IGREJA NASCIDA PARA AMAR E PROCLAMAR JESUS
Nos versos 40 e 41, lemos que “com muitas palavras deu testemunho e exortava-os dizendo: salvai-vos desta geração perversa. Então, os que aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas”.
Há duas palavras que andam de mãos dadas no Novo Testamento. Observei este importante detalhe durante o período de trabalho na tradução do Novo Testamento para a língua Limonkpeln de Gana. São elas Kerygma, normalmente traduzida por pregação ou proclamação (aponta para a proclamação audível e inteligível da mensagem), e martyria, traduzida por testemunho (modo de vida).
Curiosamente sempre que uma delas aparece, a outra a acompanha, e isto em todo o Novo Testamento. Dá-nos, assim, a clara impressão de que na mente de Cristo Ele construía uma Igreja que pudesse proclamá-lo de forma audível e inteligível em todo o mundo, mas que ao mesmo tempo pudesse vivê-Lo.
O Apóstolo Paulo parece ter compreendido bem esta parte da natureza da Igreja. Ele tanto ensina o povo de Deus que deve falar de Cristo a tempo e fora de tempo como grita a plenos pulmões: já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim.
O desejo de Cristo, portanto, é sermos uma Igreja que tenha fiel teologia e também vida devocional. Uma Igreja habilidosa mas também piedosa. Uma Igreja que prega a Palavra, mas que vive a Palavra que prega. Enfim, uma Igreja kerygmática e martírica.
Um dos perigos imediato, e corruptor da natureza da Igreja é termos o melhor conteúdo, o melhor ministério, a mais expressiva Igreja, o mais relevante ensino, mas não termos vida com Deus. Isto nos leva à soberba, orgulho e arrogância. Mata o espírito, mata a fé, destrói a piedade e nos achamos em um vale seco onde nada se move; com estruturas lindas, mas sem vida com Deus; com colunas de mármore mas sem o Espírito Santo.
Paradoxalmente, vida piedosa e espírito quebrantado, com sinceridade e devoção, sem um sólido ensino da Palavra, sem zelo pelas Escrituras, provocará uma enxurrada de ações, em nome de Deus, que não são de Deus. Este é outro perigo imediato, e igualmente corruptor da Igreja: buscarmos a piedade e vida com Deus, sem o temor e ensino da Palavra, produzindo, assim, uma Igreja dinâmica e crescente, mas antropocêntrica e herética. Uma das igrejas que mais cresce em Gana é chamada Igreja do Espírito Santo. É a Igreja mais missionária, evangelizadora e que se envolve com ações sociais. Mas esta Igreja crê que seu fundador é a encarnação do Espírito Santo na terra. Quando ele fala é o Espírito Santo quem fala.
Portanto o desafio que temos é de não partirmos ao meio a nossa eclesiologia. É de termos uma boa doutrina, mas também uma vida piedosa; é conhecermos teologia, mas também praticarmos a fé cristã; é sermos kerygmáticos – que pregam em alto e bom som; mas também martíricos – que adoram o Nome acima de todo nome no secreto da sua casa; é sermos zelosos pelo culto e pelo texto bíblico, mas também colocarmos a mão no arado para o serviço e a missão.
Um dos relatos que mais me desafiou nos últimos tempos foi o testemunho de um juiz federal – por assim dizer – no interior da China. Ele foi preso, acusado de ser um cristão que praticava a evangelização em sua pequena cidade. Para que fosse humilhado publicamente foi levado a pé e algemado por alguns policiais, de sua casa até a central de polícia. Quem observou aquela caminhada testemunhou que todos estavam cabisbaixos, envergonhados e constrangidos pela prisão de um homem de tamanha importância, e muito querido na sua cidade. A multidão por onde ele passava, os soldados que o conduziam, todos cabisbaixos. O único com a cabeça erguida era o juiz cristão, que a medida que caminhava levantava também suas mãos gritando: Eu amo o Senhor Jesus!
DIÁKONA E POIMÊNICA – A IGREJA NASCIDA PARA SERVIR
O verso 45 nos diz que “vendiam suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade”. A expressão original para “à medida que” significa que os irmãos tinham olhos abertos para discernir onde e como poderiam servir.
O conhecimento das Escrituras e verdadeira espiritualidade desembocam no serviço, na missão.
As vezes compreendemos mal o conceito de missão e serviço. Servir a Cristo não é uma questão de desejo, oportunidade ou decisão pessoal. Servir a Cristo é uma questão de obediência. Se você estiver contente em servir ao Mestre, faça isto pela alegria que sente. Mas no dia em que faltarem alegria e prazer, sirva-o pela obediência. Isto porquê servir a Cristo não é um passeio no parque. Demanda, não raramente, morrermos mais e mais para nós mesmos.
Ao nosso redor observamos em um relance ambientes de injustiça, situações de profunda carência humana e desconhecimento do Senhor Jesus. É neste plano que a Igreja é chamada para servir. Para denunciar a injustiça, para saciar a fome daquele que nada tem e para anunciar o precioso Nome de Jesus.
CONCLUSÃO
Voltamos às primeiras palavras. Os elementos da anti-missão – hedonismo e narcisismo – que são expressões da obra da carne,e que nos preterem de sermos a Igreja segundo o coração de Deus.
A inércia que experimentamos não provém do nosso desconhecimento da necessidade humana ou do mandato de Deus, mas sim da nossa falta de paixão deslumbrante pelo Senhor Jesus.
Há no mundo hoje mais de 2.000 povos que não conhecem sobre Jesus. Falam mais de 3.000 línguas e dialetos sem nada da Palavra em seus idiomas. No Brasil temos 121 etnias indígenas ainda pouco ou não evangelizadas, e 95 sem presença missionária. Há mais de meio milhão de ciganos em nossa pátria que não conhecem a Palavra. As tribos urbanas nas grandes cidades relativizam a vida e, ao contrário de se tornarem ateus, passam a crer em tudo. Vivem a procura de um deus utilitário para saciar uma sociedade humanista.
Jim Eliott, mártir entre os Auca no Equador, em uma carta que escrevera à sua igreja na América do Norte, concluiu dizendo: “viva de tal forma, que ao chegar o dia da sua morte, nada mais tenha a fazer para Deus, a não ser morrer”.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

NOVO ATEÍSMO

Por Ricardo Barbosa de Souza
Hoje, o ateu não é mais aquele que não crê, mas aquele que não encontra relevância para Deus na sua rotina. O novo ateísmo não precisa negar a fé; apenas cria substitutos para ela. Mantém o crente na igreja, mas longe do seu Salvador" Sabemos que existem vários tipos de ateus. Existem aqueles que não crêem em Deus por não encontrarem respostas para os grandes dilemas da humanidade como violência, miséria e sofrimento. Não conseguem relacionar um Deus de amor com o sofrimento humano. Outros não crêem porque não encontram uma razão lógica e racional que explique os mistérios da fé, como a criação do mundo, o dilúvio, o nascimento virginal, a ressurreição, céu, inferno, etc. Diante de temas tão complexos que requerem fé num Deus pessoal, Criador e Redentor, muitos não conseguem crer naquilo que lhes parece racionalmente absurdo. Os dois tipos de ateus já mencionados são inofensivos. Na verdade, são pessoas que buscam respostas, são honestos e não aceitam qualquer argumento barato como justificativa para suas grandes dúvidas. São sinceros e lutam contra uma incredulidade que os consome, uma falta de fé que nunca encontra resposta para os grandes mistérios da vida e de Deus. No entanto há um outro tipo de ateu, mais dissimulado, que cresce entre nós, que crê em Deus e não apresenta nenhuma dúvida quanto aos mistérios da fé, nem em relação aos grandes temas existenciais. Ele vai à igreja, canta, ora e chega até a contribuir. É religioso e gosta de conversar sobre os temas da religião. Contudo, a relevância de Cristo, sua morte e ressurreição para a vida e a devoção pessoal é praticamente nula. São ateus crédulos. O ateu moderno não é mais somente aquele que não crê, mas aquele para quem Deus não é relevante. Este é um novo quadro que começa a ser pintado nas igrejas cristãs. Saem de cena os grandes heróis e mártires da fé do passado e entram os apáticos e acomodados cristãos modernos. Aqueles cristãos que entregaram suas vidas à causa do Evangelho, que deixaram-se consumir de paixão e zelo pela Igreja de Cristo, que viveram com integridade e honraram o chamado e a vocação que receberam do Senhor, que sofreram e morreram por causa de sua fé, convicções e amor a Cristo, fazem parte de uma lembrança remota que às vezes chega a nos inspirar. Os cristãos modernos crêem como os outros creram, mas não se entregam como se entregaram. Partilham das mesmas convicções, recitam o mesmo credo, freqüentam as mesmas igrejas, cantam os mesmos hinos e lêem a mesma Bíblia, mas o efeito é tragicamente diferente. É raro hoje encontrar alguém em cujo coração arde o desejo de ver um amigo, parente, colega de trabalho ou escola convertendo-se a Cristo e sendo salvo da condenação eterna. Os desejos, quando muito, se limitam a visitar uma igreja, buscar uma "bênção", receber uma oração; mas a conversão a Cristo, o discipulado com todas as suas implicações, são coisa que não nos atraem mais. Os anseios pela volta de Cristo, o desejo de nos encontrarmos com Ele e ver restaurada a justiça e a ordem da criação ficaram para trás. Somente alguns saudosos dos velhos tempos lembram-se ainda dos hinos que enchiam de esperança o coração dos que aguardavam a manifestação do Reino. A preocupação com a moral e a ética, com o bom testemunho, com a vida santa e reta não nos perturba mais - somos modernos, aprendemos a respeitar o espaço dos outros. O cuidado com os irmãos, o zelo para que andem nos caminhos do Senhor, as exortações, repreensões e correções não fazem parte do elenco de nossas preocupações. Afinal, cada um é grande e sabe o que faz. Enfim, somos ateus modernos, o pior tipo de ateu que já apareceu. Citamos com convicção o Credo Apostólico, mas o que cremos não tem nenhuma relevância com a forma como vivemos. A pessoa de Cristo para muitos é apenas mais uma grife religiosa, não uma pessoa que nos chama para segui-lo. O ateísmo moderno se caracteriza pela irrelevância da fé, das convicções, do significado da igreja e da comunhão dos santos. A irrelevância de Deus para a vida moderna é intensificada pela cultura tecnocrática. Temos técnicas para tudo: para ter um matrimônio perfeito, criar filhos felizes e obedientes, obter plena satisfação sexual no casamento, passos para uma oração eficaz, como conseguir a plenitude do Espírito Santo e muitos outros "como fazer" que entopem as prateleiras das livrarias e o cardápio dos congressos. A sociedade moderna vem criando os métodos e as técnicas que reduzem nossa necessidade de Deus, a dependência dEle e a relevância da comunhão com Ele. Chamamos uma boa música de adoração, um convívio agradável de comunhão, uma moral sadia de santificação, assiduidade nos programas da igreja de compromisso com o Reino de Deus. As técnicas não apenas criam atalhos para os caminhos complexos da vida, como procuram inverter os pólos de atenção e dependência. Tornamo-nos mais dependentes de nós do que de Deus, acreditamos mais na eficiência do que na graça, buscamos mais a competência do que a unção, cremos mais na propaganda do que no poder do Evangelho. Tenho ouvido falar de igrejas que são orientadas por profissionais de planejamento estratégico. Estudam o perfil da comunidade, planejam seu desenvolvimento, arquitetam seu crescimento e, de repente, descobrem que funcionam, crescem, são eficientes, e não dependem de Deus para nada do que foi planejado. Com ou sem oração a igreja vai crescer, vai funcionar. Deus tornou-se irrelevante. Tornamo-nos ateus crentes. A minha preocupação não é simplesmente criticar o mundo religioso abstrato, superficial e impessoal que criamos ou criticar a tecnologia moderna que, sem dúvida, pode e tem nos ajudado. Minha preocupação é com o coração cada vez mais distante, mais abstrato, mais centralizado naquilo que não é Deus, mais dependente das propagandas e estímulos religiosos, mais interessado no consumo espiritual do que numa relação pessoal com Deus. Como disse, o ateu hoje não é mais aquele que não crê, mas aquele que não encontra relevância para Deus na sua rotina, não precisa da comunhão dEle para a vida. A sutileza do novo ateísmo é que ele não precisa negar a fé, apenas cria substitutos para ela. Mantém o crente na igreja, mas longe do seu Salvador. Este ateu está muito mais presente entre nós do que imaginamos.

domingo, 9 de outubro de 2011

A FIGUEIRA QUE NÃO DEU FRUTO

Leitura Bíblica:
(MT 21:17-22) - E, deixando-os, saiu da cidade para Betânia, e ali passou a noite. E, de manhã, voltando para a cidade, teve fome; E, avistando uma figueira perto do caminho, dirigiu-se a ela, e não achou nela senão folhas. E disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti! E a figueira secou imediatamente. E os discípulos, vendo isto, maravilharam-se, dizendo: Como secou imediatamente a figueira? Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até se a este monte disserdes: Ergue-te, e precipita-te no mar, assim será feito; E, tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis.
Este evento ocorreu nas proximidades da cidade de Betânia, onde provavelmente Jesus ficou hospedado na casa de Lázaro. Jesus vinha de uma cidade vizinha, e intencionou retornar para lá tão logo o dia clareasse. A pretensão de Jesus era ensinar aos seus discípulos a por a sua fé em pratica. Claro que existe diversas formas de praticar nossa fé, mas o que é revelado aqui, aponta para uma fé que pode se tornar um experimento funcional. O ensino de Jesus era para seus discípulos não somente acreditar na possibilidade de seu mestre resolver os problemas das pessoas, mas também que eles tomassem a mesma atitude de fé que poderá ser pratica em o SEU NOME. Jesus deseja que os seus discípulos no seu relacionamento com Deus ajam da mesma forma que Ele agiu. Neste episodio Jesus achou na figueira infrutífera a oportunidade de repassar para eles a prática desse ensino. Penso que acreditar nas mensagens de Jesus pode ser fácil, mas praticá-los pode não ser tão fácil assim, pois exige uma atitude de nossa parte que vai além da fé mental e sentimental. Pensar e crer é muito bom e é fácil, mas a prática é onde habita a diferença. O que se deve considerar neste texto é se o discípulo acredita que pode fazer o mesmo ensinado por Jesus ou desconsiderar o ensinado. O texto não sugere em momento algum a crença inativa por parte do discípulo. Ao contrario, o texto é muito claro que devemos ter uma fé evidenciada em atitudes, a fé precisa ser colocada para fora, e ser colocada no problema para que haja o poder de Deus agindo ali, até que venha a transformação. Jesus esta nos ensinando que assim como ele fez secar uma figueira por uma palavra, causando grande admiração dos seus discípulos, espera que assim façamos também. Ele garante que se tivermos esta fé prática, não seremos frustrados. Ele diz: “se tiverdes fé”, aqui não se trata da fé de Jesus, mas a nossa fé. Jesus simplesmente ensina a forma que devemos praticar. Ele deseja que cada um assuma a sua fé e fale para as montanhas de dificuldades que surgirem em suas vidas. Aqui não se trata de palavras positivas ou negativas. Pois esta forma não é uma atitude de fé na prática, nem tão pouco meras repetições dessa verdade. Isto não é uma mágica de palavras verbalizadas, não se trata disso. Mas o poder esta na palavra de Deus, portanto, devemos considerar que o evangelho é anunciação, é pregação, é a palavra de Deus em estado de verbalização em fé, é a mensagem poderosa de salvação e libertação. A pregação do evangelho é o poder de Deus em ação para salvação a todo aquele que crer, seja quem for (cf. Rm.1.16). Então, levar a mensagem que traz sentido de verdade aos ouvintes poderá ser seguido de oração. Entretanto, a pregação não pode ser de qualquer maneira, tem que existir a pregação da fé (sentimento que diz que é verdade e dá convicção e certeza), porque se não houver fé desta forma, não haverá resultados, tanto para os que pregam como para os que ouvem (veja o que diz. Hebreus 4.2 - "Pois as boas novas foram pregadas também a nós, tanto quanto a eles; entretanto, a mensagem que eles ouviram de nada lhes valeu, pois não foi acompanhada de fé por aqueles que a ouviram". Você já parou para pensar o que acontecerá se você for a um determinado locar com o intuito de falar sobre a salvação para alguém? Se você falar as palavras de Jesus para os perdidos, alguns poderão ser salvos! Isto não é fantástico? Veja que quem irá pregar as palavras do evangelho é você, Sendo assim, Deus lhe conduzirá, inspirando-o e o Espírito Santo convencerá os ouvintes de sua condição pecaminosa e serão salvos. A salvação só chegará para eles se você pregar, concorda? (Leia Rm.10.8 e vs.17). Se na sua jornada, você se encontrar com algum enfermo, sua obrigação é orar pelo enfermo (cf. Mc.16.18), e Deus confirmará a palavra por meio de sinais (fc.Mc.16.20). Pois bem, segure em seu coração a conclusão que Jesus ensinou aos seus discípulos: “Então Jesus explicou-lhes: Com certeza vos asseguro que, se tiverdes fé e não duvidardes, podereis fazer não apenas o que foi feito à figueira, mas da mesma forma ordenardes a este monte: ergue-te daqui e lança-te no mar, e assim acontecerá. E tudo o que pedirdes em oração, se crerdes, recebereis” (Mt.21.21-22 KJA).
Deus lhe abençoe
Romildo Gurgel

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

JESUS NÃO DEIXOU UMA IGREJA INSTITUCIONALIZADA, MAS ENSINOU QUE SEUS DISCÍPULOS DEVERIAM ASSUMIR E SE ORGANIZAR EM COMUNIDADES

1 - O PERCURSO DA IGREJA DE JESUS NA HISTÓRIA
A igreja cristã em todas as épocas, quer na passada, presente ou futura, é formada por todos aqueles que crêem em Jesus de Nazaré, como Filho de Deus e salvador. No ato de crer está implícita a humildade de segui-lo como salvador, obedecê-lo como o príncipe do reino de Deus sobre toda a terra. A Igreja teve seu início na historia como um movimento de caráter mundial, no dia de Pentecostes, no fim da primavera do ano 30, cinqüenta dias após a ressurreição do Senhor Jesus, e dez dias depois de sua ascensão ao céu. Durante o tempo em que Jesus exerceu seu ministério, os discípulos criam que Jesus era o almejado Messias de Israel, o Cristo. Messias é palavra hebraica e Cristo é palavra grega. Mas ambas significam “O Ungido”. Apesar de Jesus haver aceito esse título de seus seguidores mais chegados, contudo proibiu de proclamarem essa verdade entre o povo antes que ele ressuscitasse de entre os mortos. Antes, eles deveriam esperar o batismo do Espírito Santo, para então serem testemunhas em todo o mundo. Percebe-se que o efeito do dia de pentecostes nos que estavam reunidos foi tríplice: a) Iluminou a mente dos discípulos dando-lhes um novo conceito do reino de Deus. b) Compreenderam que este reino não era um império político, mas um reino espiritual, na pessoa de Jesus ressuscitado, que governava de forma invisível a todos aqueles que nasciam para Deus (novo nascimento). c) Aquela manifestação revigorou a todos, repartindo com eles o fervor do Espírito, e o poder de expressão que fazia de cada testemunho um motivo de convicção naqueles que os ouviam. Depois destes fatos acontecerem, o Espírito Santo, desde então ficou morando permanentemente na vida dos cristãos, e não em sua organização e mecanismos, mas como possessão individual e pessoal do verdadeiro cristão.
A igreja teve seu início na cidade de Jerusalém e suas atividades nos primeiros anos limitavam-se àquela cidade e aos arredores dela. Não se tem registro na história que indique as reuniões das primeiras comunidades como organização, nem o reconhecimento de tais grupos como instituição. As sedes gerais da igreja (como comunidade) eram o Cenáculo, Monte de Sião, e o Pórtico de Salomão, no Templo.
A leitura dos primeiros seis capítulos do livro dos Atos dos Apóstolos dá a entender que durante esse período o apóstolo Simão Pedro era o dirigente daquela comunidade em Jerusalém. Em todas as ocasiões era Pedro quem tomava a iniciativa de pregar, de operar milagres e de defender a igreja que então nascia. Sob a direção de Pedro, Paulo e seus sucessores imediatos, a igreja (como comunidade) foi estabelecida no espaço de tempo de duas gerações, em quase rodos os países, desde o Eufrates até ao Tigre, desde o Mar Negro até o Nilo.
Durante o período que se seguiu à Era Apostólica, e que durou duzentos anos, a igreja (como comunidade) esteve sob a espada da perseguição. Portanto, durante o segundo, terceiro e parte do quarto século, o império Romano exerceu todo o seu poder e influência para destruir aquilo que chamava de a “superstição cristã”. Durante sete gerações, um enorme exército de mártires conquistou suas coroas sob as espadas de seus inimigos, das feras nas arenas e nas ardentes fogueiras e crucificações. Contudo, em meio a tantas mortes e perseguições, os seguidores de Cristo aumentavam em número, até alcançar metade do Império Romano. Finalmente, o imperador Constantino subiu ao trono e por meio de um decreto conteve a onda de mortes. A igreja perseguida passou a ser a igreja imperial. A Cruz tomou o lugar da Águia como símbolo da bandeira da nação e o Cristianismo converteu-se em religião do Império Romano. O imperador cristão exercia autoridade suprema, cercado de uma corte formada de cristãos professos. Dessa forma passaram os cristãos, de um momento para outro, do anfiteatro romano onde tinham de enfrentar os leões, ocupar lugares de honra junto ao trono que governava o mundo. Com tal fato, o cristianismo foi beneficiado e muito com a atitude do governo do império:
a) Cessaram todas as perseguições.
b) Alguns templos nos períodos das perseguições foram recuperados e novamente abertos em toda parte.
c) Todos os templos que ainda existiam quando Constantino subiu ao poder, foram restaurados e aqueles que tinham sido destruídos, foram pagos pelas cidades em que estavam.
d) Em todo o império os templos dos deuses do paganismo eram mantidos pelo tesouro público, mas com a mudança que se operaram, esses donativos passaram a ser concedidos às igrejas e ao clero cristão. Em pequena escala a principio, mas logo depois de maneira generalizada e de forma liberal, os dinheiros públicos foram enriquecendo as igrejas, e os bispos, os ministros, todos os funcionários do culto cristão eram pagos pelo Estado. Era uma dádiva bem recebida pelo igreja, porém, de benefício duvidoso.
e) Muitos privilégios foram concedidos ao clero, onde pouco depois se transformou em lei esses benefícios.
f) O primeiro dia da semana (domingo) foi proclamado como dia de descanso e adoração, que em pouco tempo se generalizou por todo o império.
g) A crucificação foi abolida.
h) As lutas dos gladiadores foram abolidas.
Apesar dos triunfos do Cristianismo haver proporcionado boas coisas ao povo, contudo a sua aliança com o Estado, inevitavelmente devia trazer, como de fato trouxe, maus resultados para a igreja. Se o término da perseguição foi uma bênção, a oficialização do Cristianismo como religião do Estado foi, não há dúvida, maldição.
Todos queriam ser membros da igreja e quase todos eram aceitos. Tanto bons como os maus, os que buscavam a Deus e os hipócritas buscando vantagens, todos se apressavam em ingressar na comunhão. Homens mundanos, ambiciosos e sem escrúpulos, todos desejavam postos na igreja, para, assim, obterem influência social e política. O nível moral do Cristianismo no poder era muito mais baixo do que aquele que distinguia os cristãos nos tempos de perseguição. Os cultos de adoração aumentaram em esplendor, porém eram menos espirituais e menos sinceros do que no passado.
Hoje, a Igreja de Jesus Cristo esta sendo questionada e discutida praticamente em todas as denominações e até mesmo os que estão fora dela. O surgimento de milhares de denominações evangélicas, o poderio apostólico de igrejas neo-pentecostais, a institucionalização, a secularização das denominações no geral, a profissionalização do ministério pastoral, a busca de diplomas teológicos reconhecidos pelo estado, a variedade infindável de métodos de crescimento das igrejas tradicionais, o fracasso das igrejas emergentes – tudo isso tem levado muitos a se desencantarem com a igreja institucional e organizada. É verdade que Jesus Cristo não deixou uma igreja institucionalizada neste mundo. Todavia ele disse algumas coisas a seus discípulos a se organizarem em comunidades ainda mesmo no período apostólico e muito antes de Constantino.
(Lopes, Augusto Nicodemus, em seu artigo Os Desigrejados, Teceu alguns comentários bíblicos, que são suficientes para se constatar que a Igreja que Jesus Cristo fundou foi realmente organizada pela sua comunidade de discípulos, muito antes que a igreja fosse institucionalizada por Constantino.
FORMA PROPOSTA POR JESUS E OBEDECIDA PELOS SEUS DISCIPULOS QUANTO A ORGANIZAÇÃO DE SUAS COMUNIDADES.
1 – Jesus disse aos seus discípulos que sua igreja seria edificada sobre a declaração de Pedro, que ele era o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mateus 16:15-19). A Igreja foi fundada sobre esta pedra que é a verdade sobre a pessoa de Jesus (!Pe.2:4-8) . Os que não aceitam esta verdade, não é igreja cristã. Os apóstolos estavam prontos para defender a comunidade de pensamentos gnósticos e judaizantes e libertinos desobedientes, como o seguidores de Balão e os nicolaítas (cf.2Jo10; Rm 16.17; !Co.5.11; 2Ts 3.6; 3.14; Tt 3:10; Ap 2.14; 2.6,15). Fica praticamente impossível nos mantermos sobre a rocha, Cristo, e sobre a tradição dos apóstolos registrada nas escrituras, sem sermos igreja, onde somos ensinados, corrigidos, admoestados, advertidos, confirmados, e onde os que se desviam da verdade apostólica são rejeitadas.
2 - A declaração de Jesus acima, que a sua igreja se ergue sobre a confissão acerca de sua Pessoa, nos mostra a ligação estreita, orgânica e indissolúvel entre ele e sua igreja. Em outro lugar, ele ilustrou esta relação com a figura da videira e seus galhos (João 15). Esta união foi muito bem compreendida pelos seus discípulos, que a compararam à relação entre a cabeça e o corpo (Ef. 1.22-23), a relação marido e mulher (Ef. 5.22-33) e entre o edifício e a pedra sobre o qual ele se assenta (1Pe. 2.4-8). Os que estão sem igreja(comunidade), querem Cristo, mas não querem sua comunidade (igreja). Querem o noivo, mas rejeitam sua noiva. Mas, aquilo que Deus ajuntou, não o separe o homem. Não podemos ter um sem o outro.
3 - Jesus instituiu também o que chamamos de processo disciplinar, quando ensinou aos seus discípulos de que maneira deveriam proceder no caso de um irmão que caiu em pecado (Mt.18.15-20). Após repetidas advertências em particular, o irmão faltoso, porém endurecido, deveria ser excluído da “igreja” – pois é, Jesus usou o termo – e não deveria mais ser tratado como parte dela (Mt.18.17). Os apóstolos entenderam isto muito bem, pois encontramos em suas cartas dezenas de advertências às igrejas que eles organizaram para que se afastassem e excluíssem os que não quisessem se arrepender dos seus pecados e que não andassem de acordo com a verdade apostólica. Um bom exemplo disto é a exclusão do “irmão” imoral da igreja de Corinto (1Co. 5). Como pode um cristão ter o cuidado de ser punido para a recuperação estando fora de uma comunidade?
4 - Jesus determinou que seus seguidores fizessem discípulos em todo o mundo, e que os batizassem e ensinassem a eles tudo o que ele havia mandado (Mt.28.19-20). Os discípulos entenderam isto muito bem. Eles organizaram os convertidos em igrejas, os quais eram batizados e instruídos no ensino apostólico. Eles estabeleceram líderes espirituais sobre estas igrejas, que eram responsáveis por instruir os convertidos, advertir os faltosos e cuidar dos necessitados (At.6.1-6; At.14.23). Definiram claramente o perfil destes líderes e suas funções, que iam desde o governo espiritual das comunidades até a oração pelos enfermos (1Tm. 31-13; Tt. 1.5-9; Tg. 5.14).
5 - Não demorou também para que os cristãos apostólicos elaborassem as primeiras declarações ou confissões de fé que encontramos (cf. Rm. 10.9; 1Jo 4.15; At. 8.36-37; Fp 2.5-11; etc.), que serviam de base para a catequese e instrução dos novos convertidos, e para examinarem e rejeitarem os falsos mestres. Veja, por exemplo, João usando uma destas declarações para repelir livres-pensadores gnósticos das igrejas da Ásia (2Jo 7-10; 1Jo 4.1-3). Ainda no período apostólico já encontramos sinais de que as igrejas haviam se organizado e estruturado, tendo presbíteros, diáconos, mestres e guias, uma ordem de viúvas e ainda presbitérios (1Tm.3.1; 5.17,19; Tt.1.5; Fp.1.1; 1Tm.3.8,12; 1Tm.5.9; 1Tm.4.14). O exemplo mais antigo que temos desta organização é a reunião dos apóstolos e presbíteros em Jerusalém para tratar de um caso de doutrina – a inclusão dos gentios na igreja e as condições para que houvesse comunhão com os judeus convertidos (At.15.1-6). A decisão deste que ficou conhecido como o “concílio de Jerusalém” foi levada para ser obedecida nas demais igrejas (At.16.4), mostrando que havia desde cedo uma rede hierárquica entre as igrejas apostólicas, poucos anos depois de Pentecostes e muitos anos antes de Constantino.
6 - Jesus também mandou que seus discípulos se reunissem regularmente para comer o pão e beber o vinho em memória dele (Lc. 22.14-20). Os apóstolos seguiram a ordem, e reuniam-se regularmente para celebrar a Ceia (At.2.42; 20.7; 1Co.10.16). Todavia, dada à natureza da Ceia, cedo introduziram normas para a participação nela, como fica evidente no caso da igreja de Corinto (1Co.11.23-34). Não sei direito como os desigrejados celebram a Ceia, mas deve ser difícil fazer isto sem que estejamos na companhia de irmãos que partilham da mesma fé e que crêem a mesma coisa sobre o Senhor.
7 - É curioso que a passagem predileta dos desigrejados – “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mt.18.20) – foi proferida por Jesus no contexto da igreja organizada. Estes dois ou três que ele menciona são os dois ou três que vão tentar ganhar o irmão faltoso e reconduzi-lo à comunhão da igreja (Mt.18.16). Ou seja, são os dois ou três que estão agindo para preservar a pureza da igreja como corpo, e não dois ou três que se separam dos demais e resolvem fazer sua própria igrejinha informal ou seguir carreira solo como cristãos.
8 O meu ponto é este: que muito antes do período pós-apostólico, da intrusão da filosofia grega na teologia da Igreja e do decreto de Constantino – os três marcos que segundo os desigrejados são responsáveis pela corrupção da igreja institucional – a igreja de Cristo já estava organizada, com seus ofícios, hierarquia, sistema disciplinar, funcionamento regular, credos e confissões. A ponto de Paulo se referir a ela como “coluna e baluarte da verdade” (1Tm.3.15) e o autor de Hebreus repreender os que deixavam de se congregar com os demais cristãos (Hb.10.25). O livro de Atos faz diversas menções das “igrejas”, referindo-se a elas como corpos definidos e organizados nas cidades (cf. At.15.41; 16.5; veja também Rm.16.4,16; 1Co. 7.17; 11.16; 14.33; 16.1; etc. – a relação é muito grande).
9 No final, fico com a impressão que os desigrejados, na verdade, não são contra a igreja organizada meramente porque desejam uma forma mais pura de Cristianismo, mais próxima da forma original – pois esta forma original já nasceu organizada e estruturada, nos Evangelhos e no restante do Novo Testamento. Acho que eles querem mesmo é liberdade para serem cristãos do jeito deles, acreditar no que quiserem e viver do jeito que acham correto, sem ter que prestar contas a ninguém. Pertencer a uma igreja organizada, especialmente àquelas que historicamente são confessionais e que têm autoridades constituídas, conselhos e concílios, significa submeter nossas idéias e nossa maneira de viver ao crivo do Evangelho, conforme entendido pelo Cristianismo histórico. Para muitos, isto é pedir demais.
Conclusão.
A Igreja como corpo de Cristo, esta espalhada nos quatro cantos da terra, porém quanto a sua forma de aparecer, traz no seu testemunho os seus traços culturais incorporadas conjuntamente com as verdades da palavra de Deus, que foram recebidas pela comunidade. Não existe comunidade perfeita, estamos no caminho e a caminho da perfeição, no entanto, estamos ainda trafegando através de uma comunidade fraterna onde despejamos os nossos dons e funções em prol do corpo de Cristo (sua Igreja). Todo cristão que se diz ser cristão, deve se reunir com outros que tenha a mesma regra de fé e confissão. Todos nós como discípulos de Jesus precisamos que outros irmãos lavem também os nossos pés. Estou vendo que a toalha e a bacia do Senhor Jesus esta sendo desprezada atualmente por muitos cristão que não se reúnem mais, mas o que autentica a nossa união com Cristo é a comunhão com o seu corpo seja qual for a forma que a comunidade esteja organizada. Todos nós que estamos na esperança da segunda vinda de Jesus, aguardamos em humildade o seu retorno como discípulos obedientes as suas instruções. Precisamos enquanto estamos a caminho e no caminho, ser corrigidos, instruídos, moldados, conduzidos, exortados, edificados, consolados, desvendados por muitos outros que estão lado a lado com a mesma carreira que nos foi proposta. Que Deus nos ajude a entender onde estamos ao cumprir os propósitos de Deus como sua Igreja.
No amor de Cristo,
Romildo Gurgel
Bibliografia:
1 - Hurlbut, Jesse Lu[yman - História da Igreja Cristã. Editora Vida, 13ª edição, 2001. 2 - Augusto Nicodemus Lopes – artigo Os Desigrejados

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

AS INTERFACES DA IGREJA COMO DENOMINAÇÃO E A IGREJA DE JESUS CRISTO


Por Romildo Gurgel

O rosto das denominações aparecem através dos seus costumes, crenças, doutrinas, tradições que foram escritas, estudadas, debatidas e aprovadas por intermédio de reuniões a luz da interpretação que seus líderes tiraram da Bíblia sagrada. Todo material juntado nestas reuniões se transforma em estatuto (instrumento normativo que dita a regra do seu funcionamento e o porque da sua existência). Os estatutos na sua grande maioria difere uma das outras, porque nelas estão explicitadas as normas de convivência e de interagir com os seus membros. Geralmente as denominações possuem sede própria ou não. Os segmento denominacionais, cresceram de tal forma que se tornaram quase impossível de se enumerar a enorme quantidade que existem ao redor do mundo inteiro. Elas vão desde as mais antigas, tradicionais, como a Igreja católica, protestante (dissidente da católica), evangélicas (diversas e na sua grande maioria dissidente uma das outras evangélicas, até as mais modernas. È impossível citá-las pois são muitas espalhadas por todos os lugares. Cultuar a Deus nelas, apesar de ser bom, se nota uma verdadeira concorrência, elas pregam a Cristo, mas se defendem uma das outras. Umas são extremamente fechadas, guardadora das suas tradições, outras são dogmáticas, rígidas quanto a sua doutrina e forma de se fazer culto, já outras são abertas, outras são mais liberais, outras são modernas, outras pós-moderna, algumas a ênfase esta no louvor, outras na pregação expositiva, outras no estudo da palavra, outras em ação social, outras no evangelismo, outras na captação de recursos, outras funcionam como máquina de comercialização da fé, outras vendem os seus produtos. Sendo que várias outras são verdadeiros impérios, não precisa nem citar o nome delas, outras são tão pobres, que olham para as mais forte copiando seus modelos de sucesso, se não optarem em criar outra denominação. Diante de tantas faces denominacionais, doutrinas, concorrências, divisões, surge a grande indagação: Onde esta a Igreja que Jesus Cristo fundou? Porque Existe tantas doutrinas acerca da verdade em Jesus Cristo? O que os homens convertidos estão fazendo com a verdade? Para se ter estas respostas, é preciso sair da zona de conforto teológico denominacional interpretativa e olhar para a Bíblia sem a roupagem hermenêutica denominacional e extrair exclusivamente das escrituras essas respostas e comparar para saber se o que estão confessando e pregando, é o evangelho de Jesus Cristo! Não pretendo nesta pequena reflexão, criticar as denominações em si, mas fazer uma amostragem sobre as faces das igrejas, principalmente as históricas, e conviver entre elas com amor, diálogo e abertura mantendo assim a comunhão entre o povo de Deus que transita por elas.
O evangelho de Jesus é o d’Ele, as denominações perdem muito da verdade quando ela prega ela mesma e diz que a solução é entrar para ela. Não tem nada demais se filiar a uma denominação, desde que haja a liberdade do diálogo, sem que a verdade ensinada por Jesus concorra com os estatutos impostos por homens. O Caminho a verdade e a vida esta em Jesus Cristo. O que vemos por aí é Jesus sendo pregado como salvador só para colocarem o maior número possível de pessoas para dentro das igrejas. Não vejo também nada demais nisso, mas não deveríamos colocá-las primeiramente dentro da pessoa de Cristo, que é bem mais fácil? Dois fatos acontecem na conversão, um nos céus e o outro na terra. Muitas pessoas estão com os seus nomes arrolados nos céus e muitas estão arroladas como rol de membro. Qual será o mais importante para o cristão? Com isso não estou afirmando que o cristão arrolado no livro da vida do cordeiro não precisa se membrar a uma igreja. Pode até pertencer não somente a uma, mas a muitas. O que vale é ter comunhão com todas as outras denominações, seja qual for, visto que elas são ambientes onde o povo de Deus trafega. Ela serve somente para transitar o povo para comunhão. Os dois ofícios ensinados por Jesus para o seu povo é o batismo nas águas (testemunho exterior do que aconteceu no interior do cristão, novo nascimento, nova vida, participação de um novo reino, tendo Jesus como cabeça e fundador). Enquanto a igreja como denominação não é um fim em si mesma, a igreja como habitação de Deus no Espírito humano é o resultado da salvação de Jesus para a humanidade, (como fim e consumação salvívica). Deixar de trafegar por uma ou outra, não significa de que esta pessoa esteja desviada de Jesus Cristo.Porque o caminho é Cristo e o andar do cristão é em Cristo. Trafegar nas igrejas ou fora dela, deve ser bênção e oportunidade para o cristão revelar a quem pertence. Os homens podem até tirar o nome de algum cristão do rol de membros, mas será que o nome deles são apagados também no livro do cordeiro de Deus? Essa discussão deixa transparecer que não existe cristão sem denominação. Ou será que as denominações tornam as pessoas genuinamente cristãs? O que torna uma pessoa cristã é CRISTO, e por sua vez o homem em resposta obediente deve segui-lo como discípulo. As igrejas não existiriam se não existisse o membro confessional nelas. Então com que direito as igrejas que julgam que o cristão que não esta nela esta desviada? O que se espera de uma pessoa membro de uma igreja é o fato dessa pessoa ter um envolvimento genuíno com Jesus Cristo, ou seja, ter nascido de novo (o novo nascimento é promovido por Deus) e se tornar um seguidor de Jesus através de seus ensinos (lado de Deus), ter comunhão com os irmãos dentro e fora dela (mesa do Senhor, ceia, resposta de nossa obediência a Cristo). Mas será que isso sempre acontece? É fácil deixar a obediência principal (Missão de Jesus) e se apegar a obediência secundária (missão das igrejas). Jesus é o salvador de todos os cristão mas quem ganha crédito maior é as igrejas, que divide o povo na sua fidelidade missional com a do Senhor. A Igreja não deveria represar o povo no intuito de focar toda mão de obra evangelística em prol dela mesma. Ou você já viu se ganhar almas para Jesus e colocá-las em uma outra que não seja a sua denominação? Os seus líderes iriam se chocar com tal cristão e ainda mesmo censurá-lo.
AS DENOMINAÇÕES É UMA QUESTÃO DE INTERFACES
Acredito que as igrejas (denominacionais) não precisariam ter sua missão. Isto porque a igreja não precisa fazer uma elaboração da sua missão própria, para concorrer com a proposta por Cristo.Muitas das nossas atividades de manter os crentes freqüentando iria desaparecer, você não acha? A verdade sobre esse assunto é que a igreja no seu ato de obediência deve abraçar a missão que vem de Deus (Missio Dei) e não a focada por ela. O que ocorre neste assunto é que ela se esquece que o que leva a igreja a cumprir a missão de Deus é o movimento livre de seus membros no cumprimento de seus dons. Mas, existe até problemas no que diz respeito a esse tema, visto que as interpretações ministeriais são muito divergentes quanto aos minstérios que Jesus distribui a seu povo. Como resolver esses problemas?
A missão da Igreja, é uma questão de interface, é só olhar para o aspecto funcional das sete igrejas da Asia em apocalipse e a Igreja de Jerusalém e de Antioquia, bem como as outras implantadas pelo apóstolo Paulo em suas viagens, que cada uma delas possuíam problemas que eram bem comuns e outros problemas mais específicos, entretanto possuíam suas peculiaridades no testemunho, isto dá para se observar com uma simples leitura. A Igreja esta o tempo todo lançando para fora a sua vida, o Ide de Jesus é para fora sem se conformar com esse mundo. A forma que a igreja mostra a sua cara é a revelação da sua interface. Abaixo estão enumeradas algumas mais comuns entre as igrejas.

ESTRUTURAS DAS INTERFACES DAS IGREJAS FRENTE
AO CUMPRIMENTO DA MISSÃO

1 – UMAS ENTENDEM MISSÃO COMO EVANGELISMO.
Esta é a igreja que evangeliza e leva a salvação de Jesus na sua proclamação. Todo o mover dessa igreja gira em torno do tema da salvação. A ênfase é no que traz resultados, no discurso da transformação dos indivíduos. Os que entram nessa igreja são os salvos com forte tendência para o isolacionismo. A ênfase local é tão forte que o membro pensa que se sair dessa igreja voltou para o mundo. Sair da comunidade resulta em apostasia. Permanecer nela, é perseverar na fé.
2 – OUTRAS ENTENDEM MISSÃO COMO AÇÃO SOCIAL
Esta igreja entende como missão fazer transformações sociais. Para isso fazem uma lista enorme de ações sociais. A maioria dos membros dessa igreja, são os pobre alcançados por intermédio desses programas sociais. Geralmente são poucos os salvos genuinamente, pois a convivência e os programas é que fazem com que o grupo se mantenha unido, ou vivo. Ocupar o povo e fazer parte dela é o seu lema principal.
3 – ALGUMAS ENTENDEM MISSÃO COMO EVANGELISMO E AÇÃO SOCIAL
Esta forma de missão se resume na gestão de unir evangelismo e ação social. Não se pode separar a proclamação da demonstração, ou o evangelismo da ação social. Pode parecer que isso seja possível, mas não é. Os dois são inseparáveis. Os dois é o que dá sentido a teologia da missão integral. Uma panificadora em um artigo comercial dizia que o pão integral é o pão de onde nada foi retirado. A proclamação e o envolvimento social são elementos essenciais da missão ou tarefa da igreja. Se deixarmos um desses elementos de fora, a atividade deixa de ser uma verdadeira“missão”. Tulo Raistrick, comentou que a face de uma igreja possuidora da missão integral são enumerados por oito atitudes.
1. Necessidades básicas supridas – atendendo as principais necessidades básicas das pessoas, assim como por alimentos, água, saneamento, saúde, moradia, educação e informação.
2. Participação e empoderamento – criando condições para que as pessoas pobres façam escolhas, participem em ações e decisões que afetam as suas vidas e se tornem agentes de transformação.
3. Bom gerenciamento de recursos – usando e distribuindo recursos ambientais de forma sustentável e compassiva, garantindo que as necessidades materiais de todos sejam supridas hoje e no futuro.
4. Defesa e promoção de direitos – engajando pessoas no trabalho de defesa e promoção de direitos para combater as injustiças estruturais e proteger as pessoas vulneráveis.
5. Mudança de valores – ajudando as pessoas a reconhecerem o seu verdadeiro valor por terem sido formadas à imagem e semelhança de Deus, desafiando e transformando os valores e a visão de mundo das mesmas.
6. Envolvimento da igreja local – incentivando comunidades cristãs sustentáveis em seu compromisso com Jesus Cristo através da adoração, da oração e do ato de servir as pessoas pobres.
7. Oportunidades para conhecer a fé cristã – criando oportunidades para que as pessoas encontrem, reconheçam e sigam o senhorio de Jesus Cristo.
8. Cristãos em funções de liderança – cristãos servindo as suas comunidades e ocupando funções de liderança e responsabilidade fora do contexto da igreja.

4 – MUITOS ENTENDEM MISSÃO COMO EVANGELIZ-AÇÃO-SOCIAL

Só entram os que se doam para o mundo e os que precisam. Os ministérios são voltados para a transformação do individuo (TI) e a transformação da sociedade (TS). Esta Igreja acredita que os indivíduos sendo transformados, a sociedade também se transformará.

A pregação do evangelho é uma tarefa de todos os salvos em Jesus Cristo e não somente dos oficiais da igreja. Jesus Cristo preparou doze homens e estes transformaram o mundo da sua época. A interface deles eram em ter comunhão, uns com os outros. Naquela época os cristão viviam a dinâmica da comunhão de uma forma bem mais ampla e aberta do que o que estamos experimentando na atualidade. O que diferenciava de um cristão do não cristão era a forma de se amarem e da transformação que Jesus fazia na vida de cada deles. Os cristãos daquela época não negociavam com a palavra de Deus, funcionavam como luz, resplandecendo a glória de Jesus nos seus gestos e atitudes. Eram preocupados com as necessidades dos santos e de ser instrumento de cumprir a missão de Deus. Ajudavam comunidades mais carentes, abrindo mãos dos seus bens, gostavam de orar,  gostavam de jejuar, de alcançar outras regiões onde Jesus não era conhecido, o uso dos dons do Espírito era a dinâmica da vida da igreja. Quando sofriam pela perseguição, não se intimidavam quando eram afrontados, colocavam suas vidas ainda mais em prol do evangelho e da obediência a Jesus Cristo.
Que Deus nos ajude a entender as faces da igreja na atualidade e a igreja e seus líderes estimulem os seus membros a amarem a Jesus e a obedecê-lo sem reservas.

Deus abençoe.

Romildo Gurgel

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Não Quero Mais Ser Evangélico!

Por:Ariovaldo Ramos

"Irmãos, uni-vos! Pastores evangélicos criam sindicato e cobram direitos trabalhistas das Igrejas". Esse, o título da matéria, chocante, publicada pela revista Veja de 9 de junho de 1999 anunciando formação do "Sindicato dos Pastores Evangélicos no Brasil".
Foi a gota d'água! Ao ler a matéria acima finalmente me dei conta de que o termo "evangélico" perdeu, por completo, seu conteúdo original. Ser evangélico, pelo menos no Brasil, não significa mais ser praticante e pregador do Evangelho (Boas Novas) de Jesus Cristo, mas, a condição de membro de um segmento do Cristianismo, com cada vez menor relacionamento histórico com a Reforma Protestante - o segmento mais complicado, controverso, dividido e contraditório do Cristianismo. O significado de ser pastor evangélico, então, é melhor nem falar, para não incorrer no risco de ser grosseiro.
Não quero mais ser evangélico! Quero voltar para Jesus Cristo, para a boa notícia que Ele é e ensinou. Voltemos a ser adoradores do Pai porque, segundo Jesus, são estes os que o Pai procura e, não, por mão de obra especializada ou por "profissionais da fé". Voltemos à consciência de que o Caminho, a Verdade e a Vida é uma Pessoa e não um corpo de doutrinas e/ou tradições, nascidas da tentativa de dissecarmos Deus; de que, estar no caminho, conhecer a verdade e desfrutar a vida é relacionar-se intensamente com essa Pessoa: Jesus de Nazaré, o Cristo, o Filho do Deus vivo. Quero os dogmas que nascem desse encontro: uma leitura bíblica que nos faça ver Jesus Cristo e não uma leitura bibliólatra. Não quero a espiritualidade que se sustenta em prodígios, no mínimo discutíveis, e sim, a que se manifesta no caráter.
Chega dessa "diabose"! Voltemos à graça, à centralidade da cruz, onde tudo foi consumado. Voltemos à consciência de que fomos achados por Ele, que começou em cada filho Seu algo que vai completar: voltemos às orações e jejuns, não como fruto de obrigação ou moeda de troca, mas, como namoro apaixonado com o Ser amado da alma resgatada.
Voltemos ao amor, à convicção de que ser cristão é amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos: voltemos aos irmãos, não como membros de um sindicato, de um clube, ou de uma sociedade anônima, mas, como membros do corpo de Cristo. Quero relacionar-me com eles como as crianças relacionam-se com os que as alimentam - em profundo amor e senso de dependência: quero voltar a ser guardião de meu irmão e não seu juiz. Voltemos ao amor que agasalha no frio, assiste na dor, dessedenta na sede, alimenta na fome, que reparte, que não usa o pronome "meu", mas, o pronome "nosso".
Para que os títulos: "pastor", "reverendo", "bispo", "apóstolo", o que eles significam, se todos são sacerdotes? Quero voltar a ser leigo! Para que o clericalismo? Voltemos, ao sermos servos uns dos outros aos dons do corpo que correm soltos e dão o tom litúrgico da reunião dos santos; ao, "onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu lá estarei" de Mateus 18.20. Que o culto seja do povo e não dos dirigentes - chega de show! Voltemos aos presbíteros e diáconos, não como títulos, mas, como função: os que, sob unção da igreja local, cuidam da ministração da Palavra, da vida de oração da comunidade e para que ninguém tenha necessidade, seja material, espiritual ou social. Chega de ministérios megalômanos onde o povo de Deus é mão de obra ou massa de manobra!
Para que os templos, o institucionalismo, o denominacionalismo? Voltemos às catacumbas, à igreja local. Por que o pulpitocentrismo? Voltemos ao "instruí-vos uns aos outros" (Cl 3. 16).
Por que a pressão pelo crescimento? Jesus Cristo não nos ordenou a sermos uma Igreja que cresce, mas, uma Igreja que aparece: "Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus. "(Mt 5.16). Vamos anunciar com nossa vida, serviço e palavras "todo o Evangelho ao homem... a todos os homens". Deixemos o crescimento para o Espírito Santo que "acrescenta dia a dia os que haverão de ser salvos", sem adulterar a mensagem.

Ariovaldo Ramos
www.ariovaldoramos.com.br



quarta-feira, 15 de junho de 2011

Mais Cristo, menos cristianismo

Toda religião está estruturada em dogmas, rituais e códigos morais. O Cristianismo também. Mas não são os dogmas, os rituais e os códigos morais que definem a experiência pessoal com Cristo. O apóstolo Paulo esclareceu que os seguidores de Jesus não podem ser reduzidos a observadores de rituais e padrões morais: Portanto, não permitam que ninguém os julgue pelo que vocês comem ou bebem, ou com relação a alguma festividade religiosa ou à celebração das luas novas ou dos dias de sábado. Estas coisas são sombras do que haveria de vir; a realidade, porém, encontra-se em Cristo […] Já que vocês morreram com Cristo para os princípios elementares deste mundo, por que, como se ainda pertencessem a ele, vocês se submetem a regras: “Não manuseie!”, “Não prove!”, “Não toque!”? Todas essas coisas estão destinadas a perecer pelo uso, pois se baseiam em mandamentos e ensinos humanos. Essas regras têm, de fato, aparência de sabedoria, com sua pretensa religiosidade, falsa humildade e severidade com o corpo, mas não têm valor algum para refrear os impulsos da carne [Colossenses 2.16,17,20-23].
A experiência mística do Cristo crucificado e ressurreto, comunhão com Ele, viver nEle, estar nEle, andar nEle [1Coríntios 1.9; Colossenses 1.2, 26,27; 2.6,7; 3.2], enfim, a devoção e a adoração a Cristo importam mais que a defesa do Cristianismo, isto é, dos dogmas, rituais e códigos morais considerados cristãos.
A imitação de Cristo é a essência do seguimento de Jesus, e importa mais que a adesão ao Cristianismo. Consta que Mahatma Gandhi teria afirmado a respeito dos protestantes ingleses: “Aceito seu Cristo, mas não aceito seu Cristianismo”. Eis aí uma constatação interessante: não poucas vezes a maneira como pretendemos servir a Cristo implica trair o espírito de Cristo. Talvez tenha sido isso o que Friedrich Nietzsche quis dizer ao afirmar que “se mais remidos se parecessem os remidos, mais fácil me seria crer no Redentor”.
O apóstolo Paulo estava ciente desse perigo e, por isso, recomendou aos cristãos: Vocês já se despiram do velho homem com suas práticas e se revestiram do novo, o qual está sendo renovado em conhecimento, à imagem do seu Criador. Nessa nova vida já não há diferença entre grego e judeu, circunciso e incircunciso, bárbaro e cita escravo e livre, mas Cristo é tudo e está em todos. Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito. Que a paz de Cristo seja o juiz em seu coração, visto que vocês foram chamados para viver em paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos. Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seu coração. Tudo o que fizerem, seja em palavra ou em ação, façam-no em nome do Senhor Jesus, dando por meio dele graças a Deus Pai [Colossenses 3.5-17].
Há muitas pessoas que se declaram adeptas da religião Cristianismo, mas não se comprometem a viver como Jesus Cristo viveu e ensinou. Não estão ocupadas em guardar (obedecer) todas as coisas que ele ordenou [Mateus 20.18-20], nem tampouco em andar como Ele andou [1João 2.6]. A respeito dessas pessoas, o próprio Jesus declarou: Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres?’ Então eu lhes direi claramente: Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal! [Mateus 7.21-23].
Cristo é maior que o Cristianismo. Por essa razão, a adoração a Cristo é mais importante que a defesa do Cristianismo, e a imitação de Cristo é mais importante que a adesão ao Cristianismo. Ser como Cristo e fazer mais por Cristo, eis as legítimas aspirações de todo aquele que se comprometeu com o caminho de Cristo.

Ed. Réne Kivitz

terça-feira, 31 de maio de 2011

IGREJA DE TIATIRA

Leitura Bíblica: (Apocalipse 2: 18-29)
1 – INTRODUÇÃO
Tiatira foi a carta mais longa e a menos importante das sete cidades. Tiatira se destacava pelo comercio e inúmeros negócios que existia ali.
Foi de Tiatira que Lídia imigrou para Filipos por causa do seu negócio. Ela negociava com materiais tratados com corantes de púrpura vindo de Tiatira. Em At.16:14 ela é retratada como vendedora de tecidos.
Talvez Lídia, recém-convertida em Cristo, tenha retornado ao seu lar em Tiatira e servido como meio para se plantar a Igreja ali.
Tiatira apresentava na sua florificação as mais belas graças de Deus:
a) De um lado era um humilde ministério
b) E do outro aquela tríplice bênção tão citada por Paulo em suas cartas: FÉ, ESPERANÇA (que é perseverança) E AMOR (1Tss. 2:3)
c) Conheço as suas obras e sei que você está fazendo mais agora do que no princípio.
A Igreja de Tiatira compreendeu que a vida Cristã é uma vida de crescimento, de progresso, de desenvolvimento. A Igreja de Tiatira estava caminhando para frente, já a de Efeso, estava deixando o primeiro amor, apostatando. A Igreja de Tiatira esta excedendo as obras que fazia nos primeiros tempos.

2 – AS ESCRITURAS TÊM VÁRIAS FORMAS DE FALAR SOBRE CRESCIMENTO CRISTÃO.

a) No N.T. se apresenta hora como um crescimento gradual, da infância passando pela adolescência até chegar a estatura adulta.
b) Hora se apresenta pela fertilização de uma videira até produzir muitos frutos – (Jo.15)
c) Fala que isso pode acontecer como um processo químico de refinação de metais - (prova da fé como metal sendo refinado pelo fogo) Tiago.

3 – O QUE JESUS TEM CONTRA A IGREJA DE TIATIRA

(v.20) – Você tolera aquela mulher Jezabel que se diz profetiza. Com os seus ensinos, ela induz os meus servos à imoralidade sexual e a comer alimentos sacrificados aos ídolos

a) A Igreja de Tiatira apesar de manifestar amor, fé, serviço e perseverança, a santidade não estava incluída em suas qualidades.
b) A Igreja permitiu o ensinamento de licenciosidade e não tomou nenhuma iniciativa de reprimí-la.
c) Tiatira tinha amor, mas tolerava uma mal, uma profetiza impostora.

4 – O QUE É SANTIDADE CRISTÃ?

a) A vontade de Deus é que todos sejam santificados.

b) Que abstenham-se da imoralidade sexual.

c) Fomos escolhidos para sermos santos e irrepreensíveis –

d) Fomos chamados não para a impureza mas para a santidade – (ITss. 4:3; Ef.1:4; Tt.2:13-14; ITss.4:7-8) aqui esta a trindade com o propósito de nos fazer santos.


5 – JEZABEL – Etimologia - Sig. “pura” ou “casta”, mas contradizia o seu nome pelo caráter e conduta. Era uma mulher verdadeira na Igreja, mas com um nome simbólico. Esta mulher era uma ameça perigosa para a Igreja de Tiatira como JEZABEL era para Israel.

a) A PRIMEIRA JEZABEL - Quando Jezabel casou com Acabe ela procurou difundir ativamente suas revoltantes doutrinas em Israel. Ela persuadiu a Acabe construir um templo e um altar para Astarote na capital em Samaria. Ela sustentou 850 profetas do seu culto imoral e eliminou todos os profetas de Yahweh. Como Balaão, ela procurou contaminar Israel. Esta mulher contamina a Igreja de Tiatira.

b) A SEGUNDA JEZABEL –

• Ela apareceu de fato com os mesmos nomes e com as mesmas características.
• Ela incentivava os cristãos de Tiatira a comparecerem as cerimônias e festas das associações comerciais que era dedicada a uma deidade pagã, e no final dessas cerimônias terminavam com licenciosidade.
• Com a sua teoria diabólica, que os pecados da carne podiam livremente ser tolerados sem prejuízo para o espírito, eles mergulhavam sem restrições no assim chamado PROFUNDOS SEGREDOS DE SATANÁS. (V.24).
• Ela levava os cristãos a comerem carne sacrificada a ídolos – (v.20)
• Muito das práticas vis de Jezabel estava sendo toleradas secretamente, talvez a própria Igreja não estava nem sabendo o que estava acontecendo com os seus membros.

6 – APRESENTAÇÃO DE CRISTO A IGREJA –

a) Conheço –
Jr.17:10 – “Eu sou o Senhor que sonda o coração e examina a mente, para recompensar a cada um de acordo com a sua conduta, de acordo com as suas obras”.

Jr.11:20b - ...provas o coração e a mente...”

Sl.7:9 – “Deus justo, que sondas, as mentes e os corações, dá fimas maldades dos homens”

At.1:24 – “Depois oraram: Senhor, tu conheces o coração de todos...”

At.15:8 – “Deus que conhece os corações...”

b) É apresentado como Filho de Deus, cujos olhos são como chama de fogo – (v.18)
Ap.1:14b – “...seus olhos eram como chamas de fogo...”

Ap.19:12 – “Seus olhos são como chamas de fogo...”

c) Jesus sabe tudo que há no homem -
Mc.2:8 – “Jesus percebeu logo em seu espírito que era isso que eles estavam pensando e lhes disse: “por que vocês estão remoendo essas coisas em seu coração?”.

Jo.21:17 – “ Pela terceira vez, ele lhe disse: Simão, filho de João, você me ama?”.

Jo.2:25 – “ Não precisava que ninguém lhe desse testemunho a respeito do homem, pois ele bem sabia o que havia no homem”.

Isaias 29:15 – “Ai daqueles que descem às profundezas para esconder seus planos do Senhor, que agem nas trevas e pensam: Quem é que nos vê? Quem ficará sabendo?
v.16 – “Vocês viram as coisas pelo avesso! Como se fosse possível imaginar que o oleiro é igual ao barro! Acaso o objeto formado pode dizer aquele que o formou: Ele não me vê? E o vaso poderá dizer do oleiro: Ele nada sabe?”.

Hb.4:13 – “Nada em toda criação, esta oculto aos olhos de Deus. Tudo esta descoberto e exposto diante dos olhos daquele que havemos de prestar contas”.
7 – ADVERTÊNCIAS DE CRISTO PARA IGREJA DE TIATIRA

(v.21) – Dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua imoralidade sexual, mas ela não quer se arrepender.

a) Deus tem o desejo que todos sejam salvos –
2Pe.3:9 – “ O Senhor não demora em cumprir a sua promessa, como julgam alguns. Ao contrário, ele é paciente com você, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento”.

1Tm.2:4 – “Que deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade”.

b) Se não se arrependerem de igual modo serão castigados –
(v.22) – “Aqueles que cometeram adultério com ela serão seguramente castigados a não ser que se arrependam das obras que ela prática”.

 A porta do arrependimento ainda estava aberta, e ainda hoje esta aberta, mas não vai durar para sempre, certamente terá um dia que Le se fechará.

c) (v.23b) - “Todas as igreja saberão que sou aquele que sonda mentes e corações ...”

d) (v.22a) - “Vou fazer Jezabel adoecer e trarei grande sofrimento aos que cometerem adultério com Ela...”.

e) (v.23a) – “Matarei os filhos dessa mulher...”

8 – CONSELHO DE CRISTO AOS REMANESCENTES NÃO CONTAMINADOS.

a) (v.24a) - Aos demais que estão em Tiatira, a vocês que não seguem a doutrina dela e não aprenderam, como eles dizem, os profundos segredos de Satanás .

b) (v.24b e 25) – “...Não porei outra carga sobre vocês, tão-somente apeguem-se com firmeza ao que vocês têm, até que eu venha”.

• Alguns apóstolos do Senhor deram também esse mesmo conselho :
1Jo.2:24 – “Quanto a vocês, cuidem para que aquilo que ouviram desde o princípio permaneça em vocês. Se o que ouviram desde o princípio permanecer em vocês, vocês também permanecerão no Filho e no Pai”
2Tss.2:15 – “Portanto, irmãos, permaneçam firmes e apeguem-se às tradições que lhes foram ensinadas, quer de viva voz, quer por carta nossa”.

9 – PROMESSAS DE CRISTO AO VENCEDOR

a) O vencedor é aquele que faz a vontade de Deus até o fim – (.26)

• Se estamos fazendo a vontade de DEUS ou não, seremos julgados pelas nossas obras – (v.23c)

b) “Darei autoridade sobre as nações” – (v.26b)

• O bom e fiel servo receberá cargo de muitas coisas –
Mt.25:21 – “O Senhor respondeu: Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco, eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu senhor!

Lc.19:17 – “Muito bem, meu bom servo1 respondeu o seu senhor. Por ter sido confiável no pouco, governe sobre dez cidades”.

ICo.6:2 – “ Vocês não sabem que os santos hão de julgar o mundo? Se vocês hão de julgar o mundo, acaso não são capazes de julgar as causas de menor importância?”.

 Aqueles que aprenderam a fazer as obras de Cristo nesta vida continuarão a fazê-las na próxima. Aqueles que têm dominado suas próprias paixões sobre a terra terão ascendência sobre outros no céu.

c) (v.28) - Eu lhes darei a mesma autoridade que recebi de meu Pai. Também lhe darei a estrela da manhã.

• Em Apc. 22:16 o Senhor Jesus apresenta-se como a resplandecente estrela da manhã. A Igreja pode ser candelabros, e os anjos das igrejas podem ser consideradas “estrelas”, mas Cristo é a resplandecente estrela da manhã, de quem deriva toda luz. Cristo compromete-se em dar esta estrela ao vencedor, portanto, Cristo está comprometendo-se a dar a si mesmo.
• Os cristão fiéis que tem rejeitado os padrões do mundo, controlando os desejos de sua natureza caída e resistido à sedução do diabo receberão esta resplandecente estrela da manhã.
• Rejeitando Jezabel, receberão Cristo. Terão permissão para compartilhar não somente sua autoridade, mas também sua glória.
• Não irão apenas governar as nações, mas também servir ao Senhor das nações.
• Recusando-se a penetrar nas profundezas de Satanás, eles sondarão as profundezas de Cristo.

Pr. Romildo Gurgel
Extraído do livro
O que Cristo pensa da Igreja de John Stott
Editora United Press