sexta-feira, 13 de setembro de 2013

DIÁLOGO SOBRE A CEIA DO SENHOR


Romildo Gurgel


Entendo que a ceia do Senhor envolve alguns aspectos que devemos considerar:

a)      O aspecto profético
b)      O aspecto substitutivo
c)      O aspecto vicário
d)     O aspecto do ofício
e)      E o aspecto da monitoração

ASPECTO PROFÉTICO

O profeta Isaías parece nos dar a verdade central quando declara que Deus fará de sua alma (Cristo)  uma oferta pelo pecado (Is.53:10). A compreensão dessa declaração se extrai o entendimento da expiação. Esta declaração profética traduz que os sacrifícios veterotestamentário era uma figura de Jesus como O cordeiro de Deus.

ASPECTO SUBSTITUTIVO
Os sacrifícios da velha aliança eram repetitivos, muitos animais eram mortos. Na nova aliança é um único sacrifício. Aqueles sacrifícios apenas cobriam os pecados, este  remove os pecados.

(Hebreus 10:4-5) – “Porque é impossível que sangue de touros e de bodes remova pecados. Por isso ao entrar no mundo diz:  Sacrifício e ofertas não quiseste, antes corpo me formaste;”.(grifo meu)

(Hebreus 10:9) – “Então acrescentou: Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade. Remove o primeiro para estabelecer o segundo”.

(1Co.3:14)  – “Mas os sentidos deles se embotara. Pois até ao dia de hoje, quando fazem a leitura da antiga aliança, o mesmo véu permanece, não lhes sendo revelado que em Cristo é removido” . (grifo meu).

è O corpo de Cristo é o véu, pois quando Jesus deu sua vida, o véu do templo foi rasgado, traduzindo para nós que o caminho de acesso a Deus foi removido através deste sacrifício que foi superior aos de animais da velha aliança.

Está escrito:
“Ora, todo sacerdote se apresenta dia após dia a exercer o serviço sagrado e a oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais podem remover pecados;” (Hebreus 10:11). (grifo meu).

(Colossenses 2:14) – “Tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz”. (Isto ocorre no coração na consciência). Jesus purificou nossa consciência de obras mortas. “muito mais o sangue de Cristo que, pelo Espírito eterno, a si mesmo ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas para servirmos ao Deus vivo!” (Hebreus 9:14).

Podemos dizer que ele morreu em nosso lugar como verdadeiro cordeiro pascal (Êxodo 12 e 1Corintio 5:7) e foi a verdadeira oferta pelo pecado (Isaias 53:10), visto que aqueles sacrifícios oferecidos no velho testamento eram nada mais nada menos do que tipos de uma sacrifício que haveria de vir com mais perfeição (cf.Lv.6:24-30; Hebreus 10:1-4).


ASPECTO VICÁRIO

Este aspecto trata-se do sofrimento pelo qual passa uma pessoa em vez de outra, isto é, em nosso lugar. Isto supõe que nós somos isentos quanto ao sofrimento e a penalidade do castigo pelos nossos pecados. Jesus foi o vigário, o substituto que assumiu o nosso lugar, assumindo a nossa culpa e condenação.

Diz as  escrituras:
“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pela fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5:8).

“Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus” (1Pedro 3:18).

Disse o próprio Jesus: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (João 10:11).

ASPECTO DO OFÍCIO

Esta prática inicialmente foi feita por Jesus em uma ceia junto com os seus discípulos (cf. Mateus 26:26-30). É bom lembrar que Jesus nesta celebração está deixando bem claro que o seu dia esta se aproximando. A intenção aqui é preparar o coração dos discípulos para sua hora que estava prestes a acontecer trazendo revelação  desta realidade que iria ser descortinada.  Perceba que esta ceia é uma celebração da páscoa que lembra a passagem dos judeus pelo Egito. Os discípulos sabiam muito bem o significado desta celebração.  Se a celebração da páscoa era uma forma de festejar a saída do Egito para a terra prometida, Jesus  aqui se insere na celebração pré-inaugurando a nova aliança como ele mesmo sendo o cordeiro de Deus oferecendo a sua carne e o seu sangue, tendo o pão e o vinho como símbolos da sua morte e ao mesmo tempo um oficio a ser celebrado como memorial pelos seus discípulos.  No entanto esta celebração ocorreu antes do sacrifício, como se deu com o povo de Deus no exílio antes da saída para a terra prometida, e esta celebração ainda será realizada novamente na sua segunda vinda,  como se deu com os israelitas ao serem inseridos na terra prometida a celebração da pascoa.  Por sua vez, a  a boda do cordeiro se dará na segunda vinda de Cristo, onde haverá nova celebração. Da mesma forma que a celebração da páscoa é importante para o judeu, a ceia é importante para o cristão que celebra a passagem da vida das trevas de pecado para a maravilhosa luz da vida em Cristo Jesus.

A palavra instrutiva como ofício aparece  somente em  (Lucas 22:19) onde o médico escreveu esse evangelho de uma forma mais apurada, acrescentou “Fazei isso em memória de Mim”.
Este aspecto distinto traduz para os que participantes que devem trazer a lembrança, não como algo em existência no momento presente, mas sim algo do passado que esta sendo lembrado, sendo trazida a memória. A alegria da participação desta celebração é que Jesus como cordeiro, não precisará mais sacrificar-se novamente.

Este ofício foi amplamente praticado pela igreja primitiva em suas residências (cf. Atos 2:42).

O crente ao participar da Ceia do Senhor demonstra simbolicamente tudo o que a morte de Cristo significa para ele.

Nos é dito expressamente que a ceia do Senhor simboliza a morte de nosso Senhor como sacrifício pelos nossos pecados:
“Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha” (1Coríntios 11:26).

Podemos dizer ainda  que a  ceia é uma reunião simbólica onde se traz a memória o sacrifício vicário de Jesus Cristo, e espera-se que todos participantes tenham sido beneficiados mediante a expressão de sua fé. Jesus tanto é o nosso cordeiro pascoal, bem como o nosso sumo-sacerdote-eterno,  entregou sua vida a morte afim de que pudéssemos recebê-la; Ele é o doador é nós somos os receptores, (cf. João 12:24 “se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, produz muito fruto.),  os beneficiados pelo seu sacrifício em ter aberto a porta da comunhão com Deus através do véu, isto é sua carne e receber o seu senhorio, como está escrito:
“Tendo, pois irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza, tendo os corações purificados de má consciência, e lavado o corpo com água pura” (Hebreus 10:19-22).

Diante do exposto entendo que a ceia do Senhor deve ser uma celebração de vida, cada participante deve se alegrar nesta comunhão com Deus pelo caminho que lhes foi aberto por Jesus Cristo. Neste ponto, o Senhor participa na comunhão, como Cordeiro, doador de vida e Senhor. Aqui reside a importância da introspecção de uma avaliação pessoal ao participar desta festividade (1Coríntios 11:28). A celebração é da comunhão.

ASPECTO DA MONITORAÇÃO

Está escrito:
“pois quem come e bebe, sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão por que há entre vós mesmos fracos e doentes, e não poucos que dormem. Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo” (1Coríntios 11:29-32)

Amém
Romildo Gurgel

Fonte:
1 – Bíblia Vida Nova da editora Vida.
2 – Chave Bíblica, SBB.
3 – Concordância Bíblica, SBB
4 – Palestra em Teologia Sistemática, Henry Clarence Thiessen; 1987; IBR.
5 – Pequena Enciclopédia Bíblica, O.S.Boyer; 1978; Editora Vida.








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