Por
Fernando Camboim Filho
“E
é por Cristo que temos tal confiança em Deus; não que sejamos capazes, por nós,
de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus,
o qual também nos capacitou para sermos ministros dum novo pacto, não da letra,
mas do espírito;
porque a letra mata, mas o espírito vivifica”( I Co 3:4,5,6).
COMENTÁRIO:
Uma coisa que nunca ouvi falar foi de bom senso espiritual, mas existe, é só
ver quando não há contradições. Vejamos quando Maria foi visitar Izabel e ela
exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do
teu ventre! (Lucas 1:42)
E quando Maria salmodia a Deus dizendo: Porque atentou na condição humilde de
sua serva. Desde agora, pois, todas as gerações me chamarão bem-aventurada, (Lucas
1:48)
Podemos ver que Maria mãe de Jesus, também conhecida por Nossa Senhora pelos
católicos nos traz uma contribuição espiritual muito importante através do seu
testemunho. Simplesmente não tem outra mulher que se possa comparar a Maria. Se
formos dar uma volta no passado chegará até Eva e não encontraremos uma como
Maria. Só encontraremos mais Marias no futuro por causa de Cristo, mas nenhuma
que vá após Maria, pois ela foi a bem-aventurada, a bendita entre as mulheres.
Maria é o final de uma mulher em Cristo. Veja como!
Tem outro versículo que serve para explicar isso muito bem. (Lucas 18: 28 a 30)
diz assim:
“Disse-lhe Pedro: Eis que nós deixamos
tudo, e te seguimos. Respondeu-lhes Jesus: Em verdade vos digo
que ninguém há que tenha deixado casa, ou mulher, ou irmãos, ou pais, ou filhos,
por amor do reino de Deus, que não haja de receber no presente muito mais, e no
mundo vindouro a vida eterna”.
Sem nenhuma contradição, deixar tudo para seguir a Cristo não o é literalmente.
Ninguém vai abandonar sua casa ou esposa, a família literalmente, mas vai
substituir o preferencialismo anterior por amor do reino de Deus que começa na
Igreja. Isto é, vão existir ocasiões dentro da comunhão do corpo de Cristo que
exigirá atitudes maiores do que a própria família que amamos no serviço de
Deus.
Daí pode-se ver a contribuição que Maria nos deu, quando o Senhor muitas vezes
espiritualmente a tratava por "mulher", quando Ele mesmo na cruz
apresentou João a ela e disse: Mulher, eis aí o teu filho. Então disse ao
discípulo: Eis aí tua mãe. E desde àquela hora o discípulo a recebeu em sua
casa. Isso é comunhão. Em outra ocasião, nas bodas de Caná
disse: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. Parece
que Maria queria apressar as coisas, mas ela entendia Jesus muito bem. Certa
mulher dentre a multidão levantou a voz e lhe disse: Bem-aventurado o ventre
que te trouxe e os peitos em que te amamentaste.
Mas Jesus respondeu: Antes bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus, e a
observam. Lucas 11:27,28. Parece uma contradição, mas não é. Sabemos pelas
Escrituras que Maria estava incluída nos bem-aventurados os que ouvem a palavra
de Deus, e a observam. Desde quando o anjo anunciou, ela passou a ser uma
observadora da Palavra de Deus, portanto, uma bem-aventurada.
Jesus estava
ensinando o tempo todo como se devem ver as coisas.
Veja a grandeza espiritual de Maria, e temos que resgatar esta espiritualidade
que recebeu esta palavra (mulher) do próprio filho e que não reivindicava o
vínculo de ser sua mãe. A espiritualidade de Maria era assim, era mãe, mas
sabia ver Jesus como Senhor também, e nessa hora ela se via apenas como
uma bem-aventurada, uma irmã. Qualquer mulher que segue o exemplo de
Maria saiba que o limite é a própria Maria. Não tem Angelina Jolie, Xuxa, miss
Brasil, Miss Universo, qualquer outra que aparecer, ninguém será para Deus mais
do que Maria. Este é o evangelho de Maria que pelo escriba foram poucas as
palavras, mas que deixou uma carta aberta através da sua vida, não da letra,
mas do espírito. E quanto a nós homens, fica a lição que Jesus falou para
Pedro, a mesma coisa que Maria já vinha fazendo a muito tempo.
Acredito que quando a Igreja foi
formada, Maria já sabia mais ou menos como deveria ser o regime da comunhão.
Tem momentos na nossa vida cristã que temos que deixar o amor de pai, de mãe,
de irmãos, de filhos, pelo próprio Senhor, ainda que continuemos com todos eles
na mesma casa.
Desculpem, mais a nossa pobreza
espiritual não quer separar as coisas. O que é mais admirável para mim era o
fato de Maria como mãe ver o seu filho como seu Senhor. Só é possível se for
pelo espírito.
Deus soube escolher muito bem. Louvado seja Deus, pois dissipou os
que eram soberbos nos pensamentos de seus corações; depuseram dos tronos os
poderosos, e elevou os humildes.
Aos famintos encheu de bens, e vazios despediu os ricos.
Mulheres, vocês têm um exemplo excelente testemunhado por Deus. Que Deus nos
abençoe.
Fernando Camboim Filho
Irmão na fé